Homem de 41 anos, condenado a 18 anos por estuprar a sobrinha de 11 anos em 2011, foi preso ontem em Dourados, em cumprimento a mandado de prisão expedido pela 2ª Vara Criminal.

Segundo a delegada Rozeli Dolor Galego, da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), à época, o laudo comprovou o estupro da criança que residia com o tio abusador.

O caso veio à tona depois que a menina contraiu uma infecção e foi atendida na Casa de Apoio à Saúde do Índio (Casai). Ela contou a uma assistente social que não queria voltar para casa e revelou que vinha sofrendo abusos, por parte do tio.

Pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo revela que quatro a cada dez crianças vítimas de abuso sexual foram agredidas pelo próprio pai e três pelo padrasto. O tio é o terceiro agressor mais comum (15%), seguido de vizinhos (9%) e primos (6%). Pessoas desconhecidas representam apenas 3% dos casos. Em 88% das violências sexuais infantis praticadas, o agressor faz parte do círculo de convivência da criança. A maioria dos casos ocorre com meninas (63,4%), vindas da capital com menos de dez anos de idade.

Foram analisados 205 casos de abusos com crianças e adolescentes de seis a quatorze anos, ocorridos entre 2005 e 2009. “A ocorrência de comportamentos pedofílicos ocorre em vários segmentos da sociedade, infelizmente, dentro de casa, com quem deveria proteger”, afirma o psicólogo e coordenador da pesquisa, Antonio de Pádua Serafim.

O psicólogo alerta que é muito importante que as mães estejam sempre monitorando os seus filhos pequenos para prevenção de abusos, porque as crianças não denunciam os agressores, mas costumam apresentar sinais como: agressividade, depressão, isolamento social e medos irracionais.