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Ponta Porã

Núcleo urbano do Assentamento Itamarati é repassado para domínio municipal

Durante solenidade de transferência, prefeito Ludimar Novais entregou Patrulha Mecanizada para atender assentados

10 dezembro 2014 - 07h30Por Assessoria

A partir de agora o núcleo urbano do Assentamento Itamarati I e II está sob o domínio municipal. O termo de transferência foi assinado nesta segunda-feira, dia 8, pelo superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari, e pelo prefeito Ludimar Novais (PPS). O ato foi acompanhado por várias autoridades, entre elas, secretários municipais, vereadores, deputados eleitos Zeca do PT e João Grandão; delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Gerson Faccina. Representantes de movimentos sociais também acompanharam a solenidade ocorrida na frente da Sub-Prefeitura.

Para o prefeito Ludimar Novais, o compromisso assumido ao receber o núcleo urbano do Itamarati marca o início de um novo tempo. “Foram anos de lutas e justamente hoje, dia da Virgem de Caacupé, é que acontece essa transferência. É uma data histórica para todos nós e que dará muito mais possibilidades de desenvolvimento para essa região, através de um trabalho planejado para atender todos os setores, desde a recuperação das estradas à melhoria do atendimento de saúde”.

Sobre a entrega da Patrulha Mecanizada, Ludimar disse que os maquinários ficarão o tempo todo à disposição dos assentados. “Além da motoniveladora, tratores e outros equipamentos que estamos entregando hoje, estamos viabilizando um outro convênio no valor de R$ 3,5 milhões para aquisição de mais motoniveladoras, caminhões, pá-carregadeiras entre outros, para que possamos atender as reivindicações dos assentados”.

Ludimar disse que quando assumiu a Prefeitura não existia nenhum projeto pronto para o Assentamento Itamarati e que isso foi sendo construído ao longo dos meses. “Nesses dois primeiros anos fomos plantando, agora estamos na época da colheita, os resultados já estão aparecendo. Vamos fazer a reforma integral das estradas. Conseguimos R$ 2 milhões para a primeira fase com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto e no ano que vem teremos mais R$ 2,5 milhões, recursos que serão suficientes para recuperar toda a malha viária”, disse.

O prefeito também destacou projetos assinados em Brasília que prevêem a implantação de uma fábrica de óleo, de laticínio entre outros investimentos no Assentamento Itamarati. “Além disso estamos trabalhando para fomentar a cadeia do peixe, levando cursos de capacitação os produtores, já temos um laboratório para produção de alevinos e cada um dos inscritos no programa vão receber gratuitamente 1.000 alevinos. Temos inclusive um cronograma para construção de açudes e uma equipe preparada para oferecer assistência técnica”.

Mas não é só aumentar a produção, disse o prefeito, “estamos investindo na melhoria do atendimento da saúde e viabilizamos junto com o deputado Vander Loubet uma emenda parlamentar no valor de R$ 500 mil e com mais R$ 500 mil da Prefeitura Municipal vamos construir quatro centros de lazer, sendo um no Itamarati I, outro no Itamarati II, mais um na sede do Assentamento e o quarto nas imediações do trevo que dá acesso a Antônio João. Duas unidades básicas de saúde estão com suas obras bastante adiantadas e vai eliminar dessa forma a situação precária que existia antes. O programa Mais Médicos também está atendendo os assentados”.

Segundo Ludimar, antes de assumir o núcleo urbano nada poderia acontecer. “Agora com a passagem desse domínio para o município, já vamos trabalhar para 2015 a Sanesul implantar rede de água tratada e fazer várias outras melhorias, como construção de prédios públicos, cemitério, entre outros, para que a região do Itamarati cresça de forma planejada para que no futuro possa ser emancipado e se torne mais um município de Mato Grosso do Sul”, destacou.

O superintendente regional do Incra, Celso Cestari, resumiu o ato de transferência do núcleo urbano para o município de Ponta Porã como um momento histórico. “O Incra fez um compromisso com o prefeito Ludimar, que tem tendido os assentados. Nós não fugimos da nossa responsabilidade e vamos continuar trabalhando juntos para que os assentados tenham assistência técnica e toda o apoio necessário para produzir mais e melhor. O Mato Grosso do Sul é um Estado concentrador, latifundiário, e a reforma agrária trouxe oportunidade para que muitas famílias mudassem de vida”.

O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Gerson Faccina, disse que hoje o Governo Federal investe onde sabe que vai dar retorno e no Itamarati o retorno é garantindo. “O Governo tem políticas públicas para levar para os assentamentos e o prefeito de Ponta Porã tem dado a contrapartida.
Com a assistência técnica que vamos dar e com as DAPs (Declaração de Aptidão do Produtor) que estamos entregando, as famílias vão poder acessar o crédito e dessa forma vão produzir mais”, ressaltou.

O presidente da Câmara Municipal, Agnaldo Miudinho (DEM), que falou em nome de todos os vereadores presentes, disse que o sonho dos assentados agora começa a se tornar uma realidade. “Esse núcleo urbano desenvolvido sempre foi um sonho dessa comunidade. É uma conquista de todos, não é de A ou de B, é da comunidade. Isso não é sonho de meia du´zia, é de todos e os assentados sabem que podem contar com o apoio dos 15 vereadores. Nós fizemos a lei autorizando o município a receber o núcleo urbano, mas tudo com a participação popular através das audiências públicas”, disse.

O representante do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), Cleiton Alexandre, disse que depois de oito anos que os assentados ficaram abandonados, finalmente um prefeito está dando atenção para a zona rural. “Hoje nós contamos com um prefeito de fato, que olha para o trabalhador do campo. Faz 13 anos que vivo nessa região e só agora estou vendo um prefeito com interesse em resolver nossos problemas”, afirmou. Já a presidente da Associação Funcionários Associados da Fazenda Itamarati (FAFI), Aralda Peres, disse que a transferência do núcleo urbano para a Prefeitura de Ponta Porã representa um importante marco na história do município. “Essa é uma decisão que gerar desenvolvimento para as pessoas que vivem aqui no Assentamento Itamarati”, destacou.

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