Um Estado sem Justiça. É assim que se encontra o Mato Grosso do Sul desde o início da tarde desta quarta-feira (23), quando os servidores do Poder Judiciário das maiores comarcas do Estado deflagraram greve por tempo indeterminado em busca de “um reajuste salarial digno”.
Em Ponta Porã o Fórum da Comarca está parado, apenas as atividades essenciais estão sendo mantidas em forma de plantão entre os servidores. As demais atividades estão paralisadas, como o atendimento dos cartórios e a realização de audiências.
Um dos delegados de Ponta Porã junto ao sindicato da categoria, Alan Ale Abdalah, falou em nome dos grevistas e disse que o último encontro com a administração do Tribunal de Justiça/MS e a diretoria do sindicato ocorreu nesta terça-feira, ocasião em que também não foi encontrado denominador comum nas negociações.
A categoria que um reajuste de pelo menos 18% para os servidores que ganham menos (atendentes e auxiliares), que percebem hoje algo em torno de R$ 800,00. Depois, numa escala de redução de percentuais até o maior salário, que é de R$ 2.400,00 para um analista. Neste caso o reajuste que os servidores pleiteiam é de 7%.
Só que o TJ/MS oferece apenas 6% para todos os servidores, independentemente da função que ocupam e do quanto recebem de salário. Para os grevistas, a proposta está bem aquém do esperado, diante do fato de que o governo federal aumentou o salário mínimo em 14%.
O representante da classe disse que todas as grandes comarcas do Estado estão paralisadas, como Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas e Amambai, além de Ponta Porã. O reajuste solicitado garantem os manifestantes, se equipara as perdas do período, desde março de 2011, quando foi concedido o último aumento salarial.
O presidente do sindicato, Dionísio Avalhaes, mantém um plantão no próprio prédio do TJ/MS, aguardando ser chamado para uma nova audiência, já que a intenção dos grevistas é obter um acordo e encerrar a paralisação o quanto antes. De qualquer forma, a entidade já impetrou mandado de segurança para declarar a legalidade do movimento grevista, tendo em vista que a paralisação era prevista e foi devidamente anunciada para toda a sociedade através de todos os canais de mídia.