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Vereadores recebem informações sobre consultoria na saúde pública

21 setembro 2011 - 09h25
Vereadores recebem informações sobre consultoria na saúde pública

Divulgação (TP)

A Câmara de vereadores de Ponta Porã através de todos os seus pares, encaminharam ao executivo municipal a indicação 589/2011,de autoria do vereador Ramão de Deus (DEM), presidente do legislativo municipal, solicitou ao prefeito Municipal Flávio Kayatt (PSDB), informações sobre a Empresa MV Sistemas Ltda, implantada no município pata prestar serviços de gerenciamento, consultoria e locação DAE Software para as unidades básicas de saúde e hospital Regional Dr. José Simone Neto.

Para atender a solicitação dos vereadores e fazer os esclarecimentos necessários estiveram reunidos com os vereadores o secretário de Saúde José Lopes e o senhor Flávio Stival, diretor da empresa MV.

Presentes a reunião estavam a vereadora Dulce Manosso, Dário Honório, Marcos Benitez e Osmar de Matos (PSDB), Daniel Valdez (DEM), Ludimar Novais (PPS), Adãozinho Dauzacker (PSB) e Bruno Reichardt (PMDB).

O assunto em questão é fato do Hospital Regional Doutor José Simone Neto, de Ponta Porã, passou a ser administrado por uma empresa de consultoria. Devido ao fato de ter recebido algumas reclamações por parte de funcionários quanto a essa administração, os vereadores, através do presidente Ramão de Deus, fizeram uma indicação ao Executivo para que pudessem ser dados esclarecimentos sobre essa empresa e a forma de procedimentos utilizados em sua administração.

Flávio Stival, da MV Sistema, se reuniu com os vereadores para prestar esclarecimentos sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido na Secretaria de Saúde e inicialmente falou sobre o sistema de informação que deverá ser implantado onde de início está sendo feito um levantamento para dar início a essa implantação. Stival disse que esse sistema tem muitas vantagens, pois terão um sistema totalmente informatizado e integrado, onde o paciente ao ser atendido no posto, terá essa informação disponibilizada em toda a rede. “ A questão de procedimento/faturamento que hoje são realizados e não são cobrados, a gente vai poder ter isso dentro do sistema, gerando uma receita menor para a Secretaria de Saúde”, afirmou o representante da MV Sistema. Outro ponto destacado foi a existência de duplicidade de atendimento que existe na saúde do município, e sendo mostrado pelo sistema, irá ter a redução de custo.

De acordo com Flávio Stival, a MV é líder em mercado no assunto implantação de sistemas, na questão de gestão hospitalar e na questão de saúde e vários locais já estão funcionando por esse sistema, como a Santa Casa, Hospital Regional, Hospital do Pênfigo em Campo Grande e também a rede de hospitais da Cassems.

Falando sobre a reclamação recebida por parte de funcionários, Flávio disse que os funcionários estavam trabalhando sobrecarregados dobrando com horas extras e plantões e a empresa começou a fazer um trabalho de escala e com isso, foi tirado as horas extras, gerando uma redução do valor recebido, gerando também uma insatisfação. “ A situação vai melhorar, inclusive com a disponibilidade do profissional que vai ficar dentro do hospital. Um problema que se tinha na questão de pediatria, hoje já conseguimos ter o pediatra de plantão 24 horas no hospital ,então, toda criança que nasce no hospital tem o pediatra para prestar os cuidados necessários e nas outras especialidades estamos trabalhando também para que fiquem lá, para que o paciente chegue e seja atendido e estamos trabalhando também com a questão de urgência e a saúde só conseguiremos mudar quando todos estiverem envolvidos nesse processo”, afirmou Flávio Stival.

Josúe Lopes, Secretário de saúde de Ponta Porã, falou que esse trabalho de consultoria já vem sendo feito em várias cidades do Brasil porque os recursos que se tem disponível é insuficiente, portanto sendo preciso ser concentrado da melhor maneira possível. “ Nós herdamos esse hospital e quando se chega no fim do ano temos um débito enorme. O Estado construiu o hospital e o município, lá atrás, assumiu a gerência, e não houve a preocupação de quem pagaria a conta. Grande parte dessa despesa quem garante é o município, sendo que esse recurso poderia estar sendo gasto na atenção básica e com o recurso humano que temos no hospital, poderíamos colocar postos em toda a cidade”, disse o secretário.

Lopes ainda lembrou que a situação da saúde hoje é diferente de anos atrás afirmando que o governo federal deu o sistema único de saúde para todos os brasileiros e esqueceu que se tem que por dinheiro e o pouco que tem deve ser bem gasto, por isso a necessidade de se ter uma consultoria e esse trabalho vem sendo feito em vários estados.

“ Precisamos do respaldo de uma consultoria para dizer onde se deve cortar gastos, porque se é o secretário ou o prefeito que faz o corte, é considerado como perseguição, mas se tem uma consultoria mostrando que precisa efetuar o corte, ai precisa cortar e creio que os objetivos serão alcançados daqui algum tempo”, finalizou Josué Lopes.

A vereadora Dulce Manosso disse que a explicação dada pelo representante da MV foi muito boa, pois praticamente todos os problemas estavam sendo jogados pra cima dessa empresa, e verificou-se que essa empresa foi contratada para reestruturar e implantar o sistema integrado em todos os postos, Centro de Especialidades e Hospital Regional. “ Quando um médico atender a noite um paciente, saberá quando foi o dia que esse mesmo paciente buscou atendimento médico e em qual unidade”, disse a vereadora, afirmando ainda que o paciente deve buscar o atendimento no posto de saúde no seu bairro e se o médico não estiver lá, deve se denunciar, ou para o secretário de saúde, ou para o prefeito, ou ainda para os vereadores.

Dulce comentou que o médicos do PSF deve cumprir as 8 horas de trabalho. “ A partir de agora que terá uma nova negociação para eles (os médicos) fazerem um horário menor, pois saiu uma portaria do Ministério da Saúde, então se você for atendido no PSF do seu bairro, você não tem necessidade de vir até o Centro de Especialidades ou no hospital”, falou Manosso.
A vereadora solicitou ainda a presença de um farmacêutico na unidade do Marambaia, porque as pessoas que são atendidas a noite, reclamam que ao receber a receita devem esperar o outro dia para vir até a farmácia central e muitas dessas pessoas, de acordo com a vereadora, não possuem recursos nem para o ônibus, tendo que vir a pé para o centro da cidade.

Outro ponto destacado pela vereadora foi em relação aos equipamentos do hospital regional que estão defasados, existindo equipamentos até mesmo da época do hospital Santa Izabel.

“ Devido ao grande movimento de atendimento que existe no hospital, é óbvio que esses equipamentos devam ser constantemente passados por manutenção ou até mesmo substituídos”, comentou a vereadora. Dulce disse que Ponta Porã tem que começar a cuidar de seu doente e parar de ficar com essa via crucis de mandar pacientes para Dourados e Campo Grande, lembrando que o paciente já é carente, está doente e ainda, ao se deslocar, tem que gastar com alimentação e tudo isso acaba por estressar ainda mais esse paciente. “ É muito gasto com esse negócio de ficar levando os pacientes para fora. Creio que se fosse colocado no papel o que se gasto com o fato de levar pacientes para fora da cidade, daria para muito bem para pensar nisso e reverter essa situação e fazer a manutenção desses equipamentos”, ressaltou Dulce Manosso.

Ao finalizar, a vereadora disse que o que se gasta na saúde não é gasto, e sim, investimento, pois todo paciente de Ponta Porã quer ser tratado e curado no seu município.

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