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WSOP

Brasil tem melhor desempenho da história em mundial de poker

24 julho 2019 - 12h45Por Dourados News

O poker brasileiro vive o melhor momento de sua emergente história. Neste ano, aconteceu mais uma vez edição do World Series of Poker (WSOP). Reconhecido mundialmente como o maior circuito da modalidade, entre maio e julho o Rio All-Suite Hotel & Casino acomodou milhares de jogadores do mundo inteiro e o Brasil não poderia ter sido melhor representado.

O WSOP acontece desde 1970, quando foi criado nos Estados Unidos para se tornar a grande referência mundial dos torneios de poker e ser transmitido em escala nacional na ESPN, que desde aquela época já era considerada uma das emissoras de maior destaque no ramo dos esportes.

A 50ª edição ocorreu neste ano e nessas cinco décadas milhares de torneios foram disputados, visto que o circuito acontece anualmente com média de mais de 50 eventos por ano. 

Durante todo esse tempo, apenas seis brasileiros conseguiram um título do WSOP e em 2019 dois braceletes (equivalentes ao tradicional troféu de campeão) foram conquistados por competidores nacionais. 

Foi a primeira vez na história que o país obteve dois braceletes em uma única edição do WSOP. Yuri Martins e Murilo Figueredo foram os responsáveis por essa façanha incrível.

 

Murilo vive melhor fase dacarreira É preciso contextualizar um pouco mais para se ter a dimensão melhor do tamanho do

feito desses atletas profissionais. No evento em que Yuri foi campeão, o curitibano precisou desbancar outros 400 competidores para ficar com o título.

Yuri foi campeão na modalidade Mixed Games, modalidade que ainda é pouco disputada no Brasil. “É questão de tempo até que os brasileiros ganhem mais interesse nos Mixed Games para disputar ainda mais em alto nível”, afirmou o competidor em entrevista ao site Superpoker logo após a conquista.

Já Murilo teve que escalar uma montanha ainda maior, pois precisou superar 750 oponentes para ficar com o título (que também foi obtido através da variante Mixed Games). Na grande decisão, o competidor bateu o americano Jason Stockfish, profissional de muita qualidade e que tinha chegado na finalíssima em outras oportunidades.

“Ele (Stockfish) é um cara muito duro. Já tinha ficado em segundo três vezes, então ele veio com muita fome. O começo foi complicado, perdi muita ficha e tive que me reerguer com paciência e coragem. Foi uma batalha pesada”, afirmou após a conquista do título.
Assim como Yuri, Murilo é do Sul do país. Ele é natural da cidade de Penha (Santa Catarina) e levou o primeiro bracelete para o Estado. Já o Paraná, que é o Estado de Yuri, já tinha conquistado um título do WSOP com a vitória do curitibano Alexandre Gomes em uma etapa de 2008.

O que as vitórias no WSOP representam para o poker brasileiro?

Assim como acontece em qualquer esporte, todo atleta quer se tornar o campeão mundial. Quando isso acontece, os holofotes da modalidade se viram para o competidor. No poker não é diferente e os títulos de Yuri e Murilo dão um novo patamar para as respectivas carreiras dos profissionais.

Para Yuri, por exemplo, o prêmio consolida ainda mais a sua carreira como competidor em torneios ao vivo. Apesar de ser especialista em poker online, ele tem excelentes resultados no poker ao vivo em quase uma década de carreira.

No espectro geral, o poker brasileiro evoluiu muito desde o primeiro bracelete, que foi conquistado há 11 anos por Alexandre Gomes.

Quando perguntado sobre o sucesso do Brazilian Series of Poker (BSOP), que foi criado em 2006 e tem o sul-mato-grossense Saulo Sabioni como atual campeão, Gomes se diz surpreso com a rápida ascensão do esporte das cartas. 

“Eu ganhei meu bracelete em 2008 e a gente não imaginava na época que teria um evento no Brasil, muito menos dessa proporção, estrutura espetacular, milhares de pessoas aqui, então é motivo de muito orgulho. Eu me sinto privilegiado até por ter sido o primeiro brasileiro campeão e ter uma parcela de responsabilidade, ter ajudado o poker a evoluir e crescer para que pudesse chegar a esse dia”, contou o curitibano em entrevista ao jornalista Gabriel Grilo do site Superpoker.


Nem o mais otimista poderia pensar que em pouco mais de uma década o Brasil saísse de um para seis braceletes conquistados. A média é de uma vitória a cada dois anos, o que é espetacular tendo em conta o fato de que o país não tinha vencido nenhum até 2008.
Vale ressaltar que o desempenho nos últimos 12 meses é ainda melhor que a média geral, pois Roberly Felício, do Estado de Goiás, sagrou-se campeão mundial do WSOP no ano passado com uma vitória no evento Colossus.

De maneira até mesmo mais impressionante do que as conquistas de Yuri e Murilo, o jogador de Goiás teve que superar 13.069 competidores no maior título da história do poker nacional. Com o feito, o jogador embolsou US$ 1 milhão.

Além de Alexandre, Roberly, Yuri e Murilo, os paulistas André Akkari (2011) e Thiago Decano (2015) foram os outros brasileiros que conquistaram um título do WSOP. 

Com o desempenho no WSOP nos últimos anos, tudo indica que o poker brasileiro conta com um futuro brilhante pela frente. A comunidade de poker do Brasil não para de crescer e, segundo dados da Confederação Brasileira de Texas Hold’em, já são quase 10 milhões de praticantes espalhados pelo país. 

Agora, o próximo passo é um competidor brasileiro conquistar o evento principal do WSOP. Bruno Foster já chegou perto em 2014, quando ficou na oitava colocação.

Com a evolução do poker nacional, não será surpresa se um competidor do país levar o bracelete mais cobiçado do mundo nos próximos anos.

 

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