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Com muita informação sobre os usuários, rede social se torna 'prato cheio' para golpistas

16 maio 2012 - 09h46Por Mídia Max
Quem utiliza redes sociais como facebook, por exemplo, deve tomar alguns cuidados para não oferecer elementos pessoais que podem ser utilizados por bandidos para aplicação de golpes como falsos sequestros e extorsões. O alerta é da advogada Caroline Mendes Dias, do escritório Resina e Marcon, e de Leonardo Carlucci, que é especialista em atendimento neste segmento.

A advogada alerta que na medida em que a internet está se tornando mais popular, mais gente está exposta por meio das mídias sociais. Usuários do facebook normalmente fazem check-in (descrevem em tempo real tudo o que fazem) diariamente. Onde estão, para aonde irão, o que planejam fazer no final de semana, fotos de seu carro, casa, estabelecimento comercial, foto nominal da família são dados que podem ser usados pelos golpistas.

“A gente está tendo cada vez menos privacidade. É uma verdadeira devassa na nossa vida e nós permitimos isto”, diz a advogada Caroline Dias. Ela ressalta que com base nas exposições que os usuários colocam na internet tem golpista que utiliza para fazer cobranças indevidas.

Uma tentativa de cobrança aconteceu com o empresário R.B. Ele anuncia sua microempresa em um site de anúncios via internet e há dois meses recebeu uma ligação de uma mulher se passando por atendente da empresa de publicidade. Ela reclamava da falta de pagamento de uma fatura e como o cliente disse que havia pagado ela disse que o sistema estava com problemas. Para não perder a chance de golpe, a falsa telemarketing disse que de agora em diante a fatura iria por email e que entraria em contato posteriormente.

O microempresário suspeitou e ligou na empresa que faz anúncio e foi informado que nada mudou no procedimento de cobrança e que ele sofreu uma tentativa de golpe. “Devem ter entrado na lista da internet, pegado nosso número e ligaram tentando receber”, acredita R.B.

Golpe parecido aconteceu com uma cliente da advogada Caroline Dias. Ela conta que a cliente teve seu nome inscrito no cartório de protesto. Como não sabia do que se tratava foi até lá e questionou quem a acionou. Com dados em mãos ligou para uma pessoa que se apresentou como R.U. (nome preservado).

O homem que se dizia R.U. não quis falar por telefone que dívida a cliente tinha, apenas o valor e que ela simplesmente pagasse que ele tiraria o nome dela do cartório. Ele também não quis passar o endereço da sua suposta empresa. “Possivelmente ele abriu uma empresa de fachada apenas para emitir cobranças e mandar para protesto”, avalia Caroline que acredita ainda que dados podem ter sido retirados de alguma mídia social.

Falso sequestro

A família de uma jovem comerciante de Campo Grande quase caiu no golpe do falso sequestro de tantas informações precisas que tinha sobre a ‘vítima’. O caso aconteceu há duas semanas.

De acordo com a mãe da vítima, ela recebeu uma ligação em seu celular onde uma mulher que se dizia ser sua filha dizia que tinha sido seqüestrada. Depois de apelar pelo pagamento do resgate passou para o falso sequestrador que, inicialmente exigiu R$ 10 mil.

Como a mãe, que tem mais de 50 anos e problemas cardíacos, começou a passar mal, a filha que o acompanhava pegou o celular e conversou com o golpista. “Nesta hora a gente houve o que quer. Parecia que eu estava escutando a voz da minha irmã. Como fiquei muito nervosa passei para uma colega de trabalho ir negociando”, lembra.

Enquanto a amiga ia negociando com o falso sequestrador e baixando a exigência do valor do resgate, a irmã da suposta vítima tentava falar com ela. “Ela trabalha até tarde da noite e naquela hora da manhã estava dormindo, mas depois de muita insistência atendeu e disse que estava tudo bem”, recorda.

De acordo com a autônoma, a irmã coloca no facebook toda sua vida particular como, por exemplo, foto do carro, da casa, da família. Inclusive no dia do falso sequestro o bandido deu informações sobre qual o carro da vítima e onde ela trabalhava para convencer os familiares que se tratava de um sequestro.

Dicas de especialista

Leonardo Carlucci trabalha na 80 20 MKT e se tornou um especialista em atendimento digital. Ele alerta para que os usuários de mídias sociais sejam mais cautelosos e aprendam mais sobre a opção que escolheram. No facebook, por exemplo, muita gente não sabe que pode optar por privacidade exigindo ou não que para ser ‘vasculhado’ precisa de solicitação do dono do perfil.

Outra dica do especialista é em relação ao Google plus que tem a opção de selecionar amigos que podem olhar certos álbuns Além disso, tem como se comunicar em círculos, ou seja, grupos. “As pessoas precisam estudar melhor as mídias sociais para se protegerem”, diz.

Um detalhe apontado por Leonardo é que quando a pessoa decide fazer parte de uma mídia social raríssimos são os casos que lêem o termo de contrato. Já vão logo na opção de aceitar. Porém, é neste local que o usuário está concordando que tudo que postar passa a ser domínio também da referida mídia.

Em relação ao perfil para empresas, o especialista orienta para que tenham página para ‘ouvir’ seus clientes. Outra opção é ter um espaço com as conhecidas perguntas freqüentes.

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