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Delegado é preso por comandar esquema de 'spa' em cadeia

Delegado é preso por comandar esquema de 'spa' em cadeia

08 novembro 2011 - 21h32Por Terra
Preso na manhã de ontem no Rio de Janeiro, suspeito de coordenar um esquema de corrupção na Polinter, o chefe do Núcleo de Controle de Presos (Nucop), delegado Renato Soares Vieira, era responsável por todas as carceragens de Polícia Civil no Rio. O Ministério Público chegou até ele por meio de uma investigação na Polinter de Nova Friburgo, na região serrana, onde presos ligados a policiais coordenavam um esquema de regalias.

A carceragem foi fechada em outubro, segundo a Polícia Civil. Mas existe a suspeita de que o esquema funcionasse em outras prisões. O próprio delegado Renato já havia sido investigado por corrupção na Polinter de Nova Iguaçu, mas a acusação não teve prosseguimento.

Dezesseis pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público por participação no esquema, das quais 11 foram presas nesta terça-feira, quatro já estavam detidas e uma está foragida.

Entre os presos estão o delegado Renato Vieira, e os policiais civis Luiz Cláudio Pereira, Ernani de Souza Gomes e Antônio Carlos Ferreira, também suspeitos por chefiar a quadrilha. O grupo, segundo o Gaeco, tinha o controle da transferência de presos entre as Polinters. Eles são suspeitos de coordenar o esquema executado por presos que cobravam por visitas e transferências.

Outros policiais civis são suspeitos de participar do esquema fazendo vista grossa e até recebendo instruções dos próprios presos em Friburgo. Uma servidora, também presa, é suspeita de fazer a ligação entre presos e policiais. O policial civil Marcelo de Nazareth continua foragido.

Esquema de Nova Friburgo

Identificado como preso de "confiança" da carceragem da Polinter de Nova Friburgo, Lúcio Ribeiro, condenado por atentado violento ao pudor, costumava sair da cadeia para "passeios". Em uma das ligações interceptadas pelas investigações, o preso afirma que vivia uma vida de "spa" na prisão, e que costumava sair para comer lombinho canadense e bolinho de bacalhau e tomar chope regularmente.

"As pessoas passavam férias lá. Não era uma prisão", afirmou o promotor da Gaeco, responsável pelas investigações, Décio Alonso Gomes. Segundo ele, Lúcio comandava a quadrilha de presos que atuavam cobrando taxas de visitas íntimas para outros presos a R$ 10 por hora e transferências para outras prisões, que custavam entre R$ 1, 6 mil e R$ 3 mil.

Um dos integrantes da quadrilha, saiu da prisão em agosto para cometer um crime conhecido como saidinha de banco, caso investigado pela 14ª DP (Leblon). Ele também conduziria negócios fora da prisão e estaria negociando a abertura de uma franquia em um shopping de Niterói.

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