De loja em loja, no Centro de Campo Grande, os irmãos Diogo e Ricardo oferecem o CD “Imprevisível”. É mais uma dupla sertaneja com gravação independente e em busca do sucesso, mas que decidiu apelar.
Os dois dizem que venderam um imóvel em Guarulhos (SP), compraram um Fiat Doblô e hoje dormem dentro do carro.
Com a “casa” estacionada na rua 14 de Julho, “em uma vaga que está com o parquímetro quebrado”, eles dizem que já percorreram Minas Gerais, interior de São Paulo e agora investem em Mato Grosso do Sul. “Amanhã vamos para uma cidade que tem duas palavras”, diz Diogo, sem lembrar o nome.
A dupla saiu de Guarulhos em maio e garante que já vendeu 45% dos CDs que trouxe na bagagem. “A gente tem um sonho e vai realizar”, garante Ricardo.
As composições são próprias e falam do que todas as outras sertanejas falam, sobre paixão, dor de cotovelo, vida rural. “Mas a gente é diferente”, asseguram.
Em uma das lojas, eles são convidados a cantar. Contam até 4 e começam no ritmo sertanejo, com a 1ª e 2ª vozes.
A cliente que foi até a Calógeras para comprar sapatos elogia os irmãos. “Eles são bons”, mas não compra o CD de R$ 10,00, oferecido pela dupla.
Eles ouviram falar que com R$ 200 mil podem comprar espaço para lançar o trabalho no Domingão do Faustão e decidiram suar pelo dinheiro. “A gente vai pagar porque entende que eles têm custos, né. Televisão custa muito caro”, justifica Diogo.
O mais velho tem 25 anos e o caçula 22. Já tocaram em festas em Londrina (PR) e dizem ser amigos de duplas como Marcos e Belutti.
Com rosto de guri, Ricardo já é casado, apesar de ser o mais novo. Questionado sobre o atual ídolo teen, Luan Santana, ele faz um ar de desdém e diz que o trabalho dos irmãos não busca nenhuma semelhança.
Sobre o cuidado com a carreira, os dois dizem que trabalham como profissionais. Sobre o visual, por exemplo, citam que “quando um sai de xadrez, ou outro vai de roupa lisa”.