Na sexta-feira, o governo francês desencadeou um frenesi midiático ao recomendar que as usuárias das próteses PIP as retirem cirurgicamente. Mas nesta terça-feira o ministro Xavier Bertrand disse que não há pressa.
Em fóruns franceses da internet, muitas mulheres falam das suas preocupações com as próteses, e algumas se queixam de fadiga e cansaço, enquanto outras ficam na dúvida sobre retirar ou não os implantes.
"Não podemos confiar nas próteses, e muito menos no cirurgião que está lá pelo dinheiro", escreveu uma mulher, que afirmou estar há dois dias sem dormir.
Bertrand disse desconhecer o número exato de francesas com próteses PIP, mas uma linha telefônica especial montada pelo governo no mês passado já recebeu 9.500 ligações, sendo dois terços de mulheres com o implante.
A PIP já foi a terceira maior fabricante mundial de próteses mamárias. A empresa faliu em 2010, após ter seus produtos retirados do mercado.
O ex-dono da PIP, Jean-Claude Mas, está recluso desde o inÃcio do escândalo, e Bertrand sugeriu no sábado que ele precisaria ser punido por manter um "negócio à s sombras, com muito dinheiro envolvido".
Nenhum processo foi aberto por enquanto, mas fontes disseram que um tribunal de Marselha se prepara para indiciar ex-funcionários da PIP pela morte por câncer de uma mulher que usava próteses da marca. O governo francês afirma, no entanto, que não há evidências apontando uma associação entre os implantes e um maior risco de câncer.
Outras mulheres preferiram recriminar a imprensa, dizendo que a ênfase excessiva no escândalo tem espalhado ansiedade e medo.