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Greve dos bancários começa causar prejuízos ao comércio em Mato Grosso do Sul

13 outubro 2011 - 00h40Por Correio do Estado
A greve da rede bancária já começa a prejudicar o comércio de Mato Grosso do Sul. Lojistas, além de verem suas vendas reduzidas na primeira quinzena – principal período de faturamento do mês – pela falta de circulação de dinheiro, agora se preocupam também com o acúmulo de cédulas nos caixas, já que os depósitos estão cada vez mais difíceis.

Há 17 dias em greve – a mais longa desde 2004, quando ficou 30 dias parada -, a rede bancária tem funcionado de forma restrita e, nem sempre aceito os depósitos de altos valores das lojas. Há casos também em que não é possível o depósito e compensação de cheques.

Segundo o gerente do Feirão dos Calçados, em Campo Grande, Enéias Francisco dos Santos, para se conseguir esvaziar o caixa, tem sido preciso várias tentativas nas agências, já que alguns bancos têm funcionado em sistema de rodízio de agências e, outros, mesmo abrindo parcialmente, simplesmente não aceitam depósitos. "Vamos tentando todos os dias até conseguir, mas isso é ruim, nos deixa muito expostos em relação à segurança", afirma.

E se por um lado há quem não consiga depositar, por outro há também os que não estão conseguindo sacar dinheiro para gastar, uma vez que os caixas eletrônicos têm reduzido o limite para saque, por conta da falta de pessoal para reposição de dinheiro. "Se os bancos estivessem funcionando normalmente, teríamos movimentação pelo menos 30% maior", acredita a gerente da Uzze, Zaira Cristina Cosceioni.

Agravante

Depois de 30 dias em greve, os Correios se tornaram um agravante para os que estão passando por dificuldades em usar o sistema bancário. Boletos, faturas de cartão de crédito que deixaram de ser entregues, cujos donos não foram atrás de alternativas para o pagamento e agora precisam de segunda via, gerada apenas pelo banco ou loja, estão ainda dificultando indiretamente o comércio.

Segundo o 1º tesoureiro da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), João Carlos Polidoro, se o cliente não paga o boleto de alguma compra, logicamente o comércio não recebe e, pior do que isso, ainda tem prejuízos. "Imagina uma empresa que imprime mil boletos tendo que reimprimir isso porque os enviados não chegaram e venceram – é um aumento de custos significativo", aponta.

Faturas não pagas causam bloqueios nos cartões e impedem vendas no comércio, que atualmente, em cerca de 70% dos casos são feitas através do "dinheiro de plástico". Para o economista da Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul (Fecomércio-MS), Thales de Souza Campos, os que mais sofrem com esse cenário são os consumidores e comércio da periferia, que têm menos acesso à tecnologia. "Na maioria das vezes é possível retirar uma segunda via pela internet, mas nem todos têm acesso a isso, que ainda é um serviço mais elitizado", explica.



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