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HIV pode ser o novo aliado da medicina na luta contra o câncer

HIV pode ser o novo aliado da medicina na luta contra o câncer

17 agosto 2011 - 12h33Por Portal Educação
O mais novo aliado da medicina na luta contra o câncer pode ser o HIV. Essa novidade foi constatada após pesquisa publicada nas revistas médicas New England Journal of Medicine e Science Translational Medicine.

Os cientistas analisaram que uma versão inerte do vírus da AIDS foi utilizada com sucesso por cientistas norte-americanos para modificar geneticamente células de defesa do organismo e também tratar quem tem leucemia.

A pesquisa em si tem como objetivo principal retirar os linfócitos T – importantes agentes de defesa do corpo – transferindo novos genes para elas. Com isso, a mudança é capaz de tornar as células capazes de destruir a células cancerosas que causam a leucemia, fazendo com que o tratamento tenha sucesso.

O farmacêutico e tutor do Portal Educação, Ronaldo de Jesus, explica que o uso do vírus como vetores genéticos é um dos procedimentos mais antigos da biologia molecular. Para ele, dois pontos chamam a atenção nesse estudo.

“Primeiro, é a ideia de utilizar o HIV como vetor, um vírus com alta afinidade pelos linfócitos mais ativos no sistema de defesa e a utilização do sistema de defesa do próprio organismo para eliminar as células cancerígenas. É bem verdade que são ideias simples e óbvias, mas a junção das duas se torna um importante marco na luta contra o câncer, pois pode ser estendido a outras neoplasias”, ressalta Ronaldo.

Além disso, o tutor ainda alerta que “o teste precisa ser analisado em longo prazo para verificar se durante o tempo de vida das células modificadas não há possibilidade de causar danos ao paciente, ou se esses dados são inferiores aos benefícios causados”.

Vale destacar que essa nova técnica já foi aplicada em três pacientes com leucemia linfoide crônica, que já não tinham muitas opções de tratamento. Se não houvesse essa nova técnica, eles seriam submetidos ao transplante de medula óssea. A ideia é que no futuro esse procedimento possa ser adaptado para combater cânceres no pâncreas e ovário.

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