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Interpol descobriu que chefe do PCC enganou polícia de MS com nome do irmão morto

Interpol descobriu que chefe do PCC enganou polícia de MS com nome do irmão morto

14 maio 2012 - 16h00
Midiamax

O homem que escapou da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul em maio do ano passado após ser resgatado de dentro da Delegacia de Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande, é apontado como chefe da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em Minas Gerais.

Manoel Messias de Abreu, conhecido como "Manelão", é procurado pela Interpol (International Criminal Police Organization) e teria enganado os policiais sul-mato-grossenses utilizando o nome de Baltazar Domingues de Abreu, irmão dele, que está morto e enterrado em Uberada (MG) desde 2004.

"Manelão" foi preso em abril de 2011 na BR-262, próximo à cidade de Miranda, com mais de dois quilos de cocaína escondidos em garrafas plásticas de refrigerante. Ele estava com a companheira Cláudia Maria de Oliveira e os dois foram autuados em flagrante por tráfico de drogas.

Fuga na viatura

Um mês após a prisão, homens fortemente armados, possivelmente integrantes do PCC de Uberaba, renderam os policiais civis que estavam de plantão na Delegacia de Miranda e resgataram o suposto Baltazar. Eles fugiram levando ainda as armas e uma viatura da Polícia Civil de MS.

A mulher dele não quis participar da fuga e cumpre pena em Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande. Ela foi condenada a 25 anos pela Justiça de Mato Grosso do Sul, que também teria sentenciado o 'defunto' a mais de 20 anos de cadeia.

Morto e procurado

Segundo informações da Interpol, a Polícia Civil sul-mato-grossense considera o irmão de "Manelão", Baltazar, como foragido desde o resgate em Miranda. Até o momento, as autoridades em MS não saberiam que o condenado, na verdade, morreu em 18 de fevereiro de 2004 e está enterrado na sepultura 126 B, quadra P, do cemitério Medalha Milagrosa de Uberaba.

Segundo o delegado titular da Delegacia de Miranda, Edson Ruiz Ubeda, logo após o resgate, o serviços de inteligência da Polícia de Minas Gerais teria comunicado que o foragido era, na verdade, "Manelão". No entanto, ele não soube informar se a troca já foi oficializada junto à Justiça de MS.

No TJMS constam dois procedimentos judiciais abertos no ano passado contra Baltazar Domingues de Abreu, que está morto há oito anos. O falecido consta ainda como indiciado em um Inquérito Policial (0200647-73.2011.8.12.0015) por "fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança".

Quando se tenta pesquisar detalhes sobre os processo, no entanto, o sistema de pesquisas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul exibe a mengasem: "Não foi possível obter os dados do processo. Por favor tente novamente mais tarde".

Sem digitais

Toda a confusão começou porque, no ato da prisão, "Manelão" teria informado o nome do irmão morto e apresentado documentos falsos.

Ubeda explicou que no momento da prisão não foi feito o 'palmilhamento', processo de tirar as impressões digitais de um preso para permitir a identificação datiloscópica, porque Manoel apresentou documentos que foram considerados verdadeiros.

"Manelão" e Cláudia têm um filho, Bruno Messias Barcelos de Abreu, que seguiu a 'carreira' dos pais e cumpre pena por tráfico de drogas em Uberaba.

O golpe do traficante só foi descoberto porque agentes da Interpol investigaram o passado da mulher dele e descobriram que Cláudia Maria, na verdade, vivia em união estável há mais de 15 anos com Manoel, e não com o cunhado que faleceu.

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