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Em um Brasileiro marcado pelo equilíbrio, os melhores do campeonato não conseguem se impor nem quando se deparam com os lanternas.

Nunca na história dos pontos corridos, a partir de 2003, os quatro primeiros colocados tiveram desempenho tão pífio contra os quatro últimos quanto na atual edição.

Apesar de ainda faltarem quatro duelos entre os clubes do topo e os da rabeira da tabela, o recorde histórico de derrotas dos líderes nessas partidas já foi quebrado.

Juntos, Corinthians, Vasco, Fluminense e Botafogo, favoritos à taça, perderam oito dos 28 confrontos ante Cruzeiro, Atlético-PR, Avaí e América-MG, hoje na degola.

Até então, esse número jamais havia superado as seis derrotas numa edição --marca de 2003, 2004, 2005 e 2007.

E o maior responsável por esse fracasso dos ponteiros é justamente o líder do torneio.

O Corinthians, que encerra amanhã, contra o Atlético-PR, uma sequência de três partidas contra os lanternas (venceu o Avaí e perdeu para o América-MG), consegue ir pior em jogos como esses do que quando se depara com adversários mais fortes (aproveitamento de 47,6% de pontos, contra 58,6% do total).

A média dos quatro primeiros ante os últimos é mais elevada: 64,3%. Mesmo assim, trata-se do pior aproveitamento dos pontos corridos.

É a consolidação de uma queda gradativa que já dura três temporadas e tem enterrado a visão de que, no novo formato, o Brasileiro se igualaria às ligas europeias, com maior diferença técnica entre times grandes e pequenos.

A curva, iniciada em 2009 --em 2008, a hegemonia dos líderes sobre os lanternas chegou ao ápice de 78,1%--afasta o Nacional dos números europeus. Na última temporada, as cinco principais ligas da Europa registraram índices superiores a 70%.