Praticamente oito em cada dez bovinos abatidos no Brasil são consumidos no próprio mercado interno, segundo os dados do boletim do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), divulgados na última semana.
O boletim aponta que, em 2021, o rebanho nacional era da ordem de 196 milhões de cabeças. Destas, abateram cerca de 39 milhões, que geraram aproximadamente 10 milhões de toneladas em equivalente carcaça.
Desse montante, os brasileiros consumiram cerca de 75% de toneladas de carne produzidas no país. Ou seja, a população brasileira consumiu aproximadamente 100 mil bovinos ao dia. Além disso cada brasileiro consumiu algo como 34 quilos de carne no ano, segundo o Cicarne.
Esses dados confirmam que, o produto já permanece no Brasil e segue sendo preferência alimentar do brasileiro, de acordo com o diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi.
“Sabemos que já é enraizado culturalmente e que muitos entendem que uma refeição não é completa se não tiver carne bovina. E realmente ela traz muitos benefícios para a saúde. Por isso, pela preferência do brasileiro e pela demanda, grande parte da carne bovina produzida no Brasil ainda permanece no mercado interno. Diante do que fica no país, o que exportamos ainda é pouco”, disse Francisco Manzi.
Bovinos: exportação
De cada 10 bovinos abatidos no Brasil, o destino de dois é a exportação.
Segundo a Acrimat, a destinação desta carne ao mercado externo é fruto dos esforços conjuntos. O governo brasileiro, quando abre mercados; dos produtores, quando preparam animais conforme a demanda; e dos frigoríficos, quando atendem às normas sanitárias e as exigências dos países importadores.
“Um outro ponto importante é que se houver mercado e garantia de renda para os produtores, o Brasil tem capacidade de aumentar ainda muito a produção para atender as exportações sem faltar produto no mercado interno. Tudo isso com respeito ao meio ambiente. A nossa capacidade de produção é gigante dada a grande extensão territorial, ao melhoramento genético e a qualidade e quantidade tanto das nossas pastagens, como da suplementação no cocho”, afirmou Manzi