02 agosto 2011 - 20h46Por TerraO advogado criminalista Ademar Gomes, contratado pela família da jovem Flávia Anay de Lima, 16 anos, que morreu no último domingo ao supostamente cair do 15º andar de um prédio em São Paulo, afirmou que os pais da vítima não acreditam em suicídio. A adolescente morava com o namorado, o jogador da Portuguesa Rafael Silva. À polícia, o atleta disse que ela se suicidou. "Para a família, foi homicídio. Acompanhando o inquérito, constatei que a Flávia era agredida constantemente pelo jogador. Eles (pais) me relataram isso", salientou Ademar Gomes.
Rafael prestou um depoimento na Polícia Civil de São Paulo sobre as circunstâncias da morte. De acordo com o registro policial, ambos teriam iniciado uma discussão em um bar e a briga seguiu no interior do apartamento. O jogador contou aos policiais que a namorada era bastante ciumenta e que, por várias vezes, teria dito que se suicidaria caso ele a deixasse.
Segundo Rafael Silva, a namorada tentou se atirar pela janela de um dos quartos, mas foi segurada por ele. Em seguida, com parte da roupa rasgada, ela teria corrido até a sacada e de lá caiu de uma altura de cerca de 50 m. O corpo de Flávia foi enterrado na tarde desta segunda-feira em Santo André, na Grande São Paulo. Testemunhas ouvidas pela polícia disseram que, durante a discussão, praticamente só se ouvia a voz da moça.
Durante o depoimento no 10º Distrito Policial (Penha), Rafael chorou várias vezes e se apresentava em estado de choque. Por conta disso, a oitiva teve ser interrompida várias vezes. Ele também tinha um ferimento na cabeça, que teria sido provocado por uma pequena caixa de som que a namorada teria atirado contra ele.
O vice-presidente jurídico da Portuguesa, Giuseppe Cláudio Fagotti, que acompanhou o depoimento, afirmou que a morte foi uma fatalidade. "Ambos discutiram e ele chegou a dizer que ia chamar a polícia. Nesse momento, ela tirou o celular da mão dele e o atirou pela janela", afirmou. O aparelho foi localizado nesta manhã sobre um telhado vizinho. Após as testemunhas serem ouvidas, o caso será encaminhado para a 5ª Seccional de Polícia (Leste), que ficará encarregada das investigações. A perícia tem 30 dias para concluir a investigação.
Revelado nas categorias de base da Portuguesa, Rafael Silva, que nasceu em Feira de Santana (BA), vinha se recuperando de um problema na retina, que ocorreu durante um treinamento. Ele estava para ser reintegrado ao grupo como opção de ataque para o técnico Jorginho.
Tia relata relacionamento conturbado
A tia da menina, Larissa Kisy, disse afirmou ao Terra que a menina "pagou um preço muito caro. A vida dela era ele. Ela amava demais". Segundo a familiar, que preferiu não comentar as declarações do atleta à polícia, o casal estava junto há um ano. "A gente sente muito, estamos desolados. Foi uma fatalidade", lamentou Larissa.