A Avenida Guaicurus, a ‘Rodovia da Morte’, faz mais uma vítima e gera protestos em Dourados. Desta vez, a vítima foi o ciclista Darci de Albuquerque, de 63 anos. Ele teve a cabeça esmagada em acidente ocorrido no sábado por volta das 17h30, em frente a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados.
Estudantes e técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) prometem fechar a rodovia a partir do dia 11, para protestar contra as condições da estrada de acesso ao campus e lembrar da promessa de duplicação, que já dura anos. Os estudantes também vão postar vídeos na internet com relatos das famílias das vítimas fatais. O objetivo é chamar a atenção do poder público em relação morosidade no início das obras.
De acordo com o membro da Comissão de Acompanhamento da Duplicação da Guaicurus, Franz Maciel Mendes, uma audiência pública já foi solicitada na Câmara de Vereadores de Dourados. A proposta é chamar todas as autoridades para discutir uma maneira de dar agilidade ao processo que está sendo elaborado pelo Governo do Estado.
Conforme a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), o projeto está sendo reformulado devido a um novo traçado, o anel viário. A fase posterior a esta é a abertura do processo de licitação para a escolha da empresa que fará as obras e assinatura da ordem de serviço.
A Rodovia Guaicurus, que liga Dourados à cidade universitária, Exército e o Distrito de Itahum, recebe mais de 15 mil veículos todos os dias pela rodovia. “É praticamente uma cidade do interior do Estado dentro da rodovia”, destaca.
O horário de pico vai das 7h30 às 8h e das 18h às 19h30. A saída da cidade universitária, a partir das 22h, também é obstáculo. “Falta iluminação e há uma disputa por espaço na rodovia. É um perigo total”. Segundo Franz, o Governo anunciou em 9 de abril do ano 2010 a decisão de fazer a duplicação da rodovia. Em junho daquele ano teria feito a abertura da licitação. A empresa vencedora do processo iniciou a elaboração do projeto concluído no início do ano.
Franz diz que os valores orçados não foram aceitos pelo Governo do Estado, que pediu a reformulação do projeto com alguns cortes, como o do viaduto e de uma área de lazer que estava previsto inicialmente. “De lá para cá não houve avanços sobre o início das obras”, diz Franz. Ele explica que, extra-oficialmente, o Governador teria informado em visita em Dourados, durante a Expoagro, que as obras começariam após a conclusão da perimetral norte.
Ele conta que o último levantamento divulgado pela comissão aponta cerca de 30 mortes até março de 2010. “Estamos preocupados porque com o corte no viaduto, que estava previsto no projeto, a rotatória que liga anel viário e rodovia Guaicurus vai ficar muito mais perigosa. Caminhões, ônibus e alunos vão ter que disputar um espaço muito pequeno”, destaca. Pela rodovia trafegam caminhões bitrens das usinas que se instalaram na região, ônibus de turismo de cidades vizinhas, coletivos urbanos, vans, carros, motocicletas, carroças e bicicletas, além dos pedestres.