Mulher tem corpo queimado ao atear fogo em lixo utilizando gasolina

28 OUT 2011 • POR CG News • 00h18
Elizabete Prerin Freitas, de 52 anos, contadora, sofreu um grave acidente ao utilizar gasolina para queimar lixo e papéis no dia 13 de outubro, em Campo Grande.

Ela aproveitou o feriado para realizar uma limpeza na casa onde mora. Juntou a grama que o jardineiro havia cortado com vários documentos velhos de clientes em um terreno baldio ao lado da residência, buscou gasolina no posto de combustíveis, despejou no lixo e voltou para procurar fósforos.

Como não encontrou, resolveu utilizar um isqueiro. Ela abaixou, acendeu e o liquido inflamável explodiu. “O fogo foi para cima de mim, eu coloquei a mãe em frente ao rosto e acredito que por isso meus olhos não queimaram”, diz.

Ela teve queimaduras graves no rosto, no pescoço e no braço direito. O fogo queimou os cílios, sobrancelhas e cabelo. “Eu perdi chumaços de cabelo”, relata.

Após ser atingida pelas chamas, Elizabete cortou uma babosa (planta) passou nos ferimentos e depois tomou banho “para se refrescar”. Em seguida um casal de amigos dela, que chegaram após o acidente, levaram-na ao hospital.

Ela não quis ir a Santa Casa, passou pela clínica Campo Grande e pelo Sírio Libanês, mas foi informada que não havia especialista nesses hospitais. Ela foi levada pelo amigo á Santa Casa. Assim que chegou já foi levada direto para o pronto socorro. “Lembro-me muito bem do médico falando ‘aplica soro com morfina’. Eu fiquei no corredor, mas foram três horas sem dor. Depois mudei de setor e o atendimento melhorou ainda mais”, afirma.

Elizabete tem plano de saúde e, é através dele que está realizando tratamento com tubo hiperbárico, segundo ela, o médico afirmou que a cada sessão de duas horas com esse procedimento equivale a quatro dias de tratamento convencional.

“Eu não me olhei no espelho, mas me falaram que já melhore 120%. Até minhas rugas sumiram”, conta. Ela afirma que os convênios deveriam disponibilizar mais esse tratamento, porque tem horários vagos para sessões, mas o plano não libera.

A contadora conta que tinha o hábito de queimar o lixo, mas que isso serviu de lição. “Não sou santinha, sempre ateava fogo no lixo, mas essa lição eu aprendi. Nunca mais vou fazer”, afirma.

Cuidados - A enfermeira Áurea Lilia batista Silva, responsável pelo setor durante a tarde, alerta a população sobre os riscos de manusear álcool e gasolina. “As pessoas têm que entender que há riscos de queimaduras quando se mexe com esses produtos”, diz.

“Esse é um dos tratamentos mais dolorosos. A pessoa fica desidratada, sente muita dor, perde pele, pode ficar mais de meses internada. A pessoa tem que pensar na conseqüência desse ato”, alerta.