Sobe 29% total de pessoas que usam antirretrovirais contra HIV no país
2 DEZ 2014 • POR Bem Estar • 09h00Ministro da Saúde, Arthur Chioro, e equipe em coletiva sobre a Aids (Foto: Raquel Morais/G1)
De acordo com o levantamento, 47.506 pessoas começaram a usar a medicação no período entre janeiro e outubro do ano passado, contra 61.221 na mesma época deste ano. No total, há quase 400 mil pessoas no país em tratamento com esses remédios.O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que esse crescimento está relacionado à mudança no protocolo clínico a doença, que completou um ano. Agora, todas as pessoas que apresentam resultado positivo para o HIV passam a fazer uso dos antirretrovirais, mesmo as que não têm comprometimento do sistema imunológico.
"Se a gente não tivesse mudado o protocolo, a gente provavelmente teria o mesmo número, porque ele tem se mantido estável. Qual é a vantagem de fazer essa mudança? [...] Ela retarda problemas associados ao HIV, retarda o aparecimento de doenças oportunistas", explica.O número de pessoas em tratamento com antirretrovirais no Brasil cresceu 29% em um ano, segundo balanço do Ministério da Saúde. Os dados foram divulgados no início da tarde desta quarta-feira (1º) pelo gestor da pasta, Arthur Chioro, durante evento em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Além disso, desde 2012, todas as pessoas que se expuseram ao risco de contrair o vírus podem tomar, em até 72 horas, o "coquetel do dia seguinte". A medida dura 28 dias e tem o objetivo de evitar a multiplicação do vírus.
O novo boletim epidemiológico apontou que 734 mil pessoas vivem com HIV e Aids hoje no Brasil. Deste total, 89% foram diagnosticadas. O avanço da doença é considerado estabilizado no Brasil, que tem taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. São 39 mil ocorrências ao ano.
A região com maior número de novos casos é a Sudeste – 38,6%. O estudo mostra ainda que houve queda de 35,7% na taxa de detecção em menores de 5 anos. Segundo o Ministério da Saúde, 0,4% da população brasileira tem HIV.
Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita afirmou que 11 unidades da federação apresentam taxa de detecção superior à nacional. "A gente destaca aí quatro estados, particularmente o Rio Grande do Sul, que tem o dobro da taxa de detecção nacional, o Amazonas, Santa Catarina e Rio de Janeiro", disse.
O vírus HIV é transmitido pelo sangue, sêmen e leite materno. A infecção não tem cura, mas pode ser controlada por anos com o uso de coquetéis de drogas antivirais. A estimativa é que a pandemia de Aids, que começou há mais de 30 anos, já tenha matado até 40 milhões de pessoas em todo o mundo.
O SUS oferece um teste rápido, gratuito e sigiloso para interessados em descobrir se estão ou não infectados pelo vírus. O resultado sai em menos de 20 minutos, e não é necessário agendar o procedimento.
Também na ocasião, o governo federal lançou uma nova campanha publicitária de conscientização sobre a doença. O alvo são os jovens, e o slogan é #partiuteste, em alusão à linguagem típica desta faixa etária.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, 35 milhões de pessoas viviam com o vírus, outras 2,1 milhões foram infectadas com e 1,5 milhão morreram de Aids em 2013. O principal foco de está na África subsaariana.
A agência da ONU para o assunto, a Unaids, diz que, até junho de 2014, 13,6 milhões de pessoas no mundo tinham acesso a drogas contra a Aids. Em 2010, o número era de 5 milhões.