Quadrilha de acusado de contrabando causou prejuízo de R$ 20 mi

23 NOV 2011 • POR G1 • 19h52
G1/MS
'Não sei, vamos ver'. Essas foram as únicas palavras que o Alcides Carlos Grejianim, o Polaco, que é apontado pela Justiça Federal como um dos maiores contrabandistas de cigarro do país, disse sobre as acusações ao chegar na tarde desta quarta-feira (23) a sede do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE-MS), em Campo Grande, para depor.

Segundo o Gaeco, Grejianim é suspeito de chefiar uma organização criminosa composta por civis, agentes tributários e policiais militares, que atua no contrabando de cigarros estrangeiros do Paraguai e da Bolívia, e que são vendidos para diversos estados.

O Gaeco investiga com a PRF a ação da quadrilha desde outubro de 2010, sendo que neste período de pouco mais de um ano foram realizadas apreensões de mais de 50 carretas de cigarro contrabandeado em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, totalizando 7,5 milhões de maços apreendidos e um prejuízo em torno de R$ 20 milhões para o grupo criminoso.

Prisão

Polaco foi preso em Eldorado, município a 440 quilômetros de Campo Grande, durante a Operação Alvorada Voraz, feita pela PRF e Gaeco com apoio da Polícia Militar. Na ação foram presos além de Grejianim, dois filhos dele, um cunhado e outras 11 pessoas, sendo oito civis e três policiais militares.

Permanecem foragidas duas pessoas. Um agente tributário estadual, da cidade de Brasilândia, que segundo o MPE, seria o segundo na hierarquia da quadrilha, e ainda um policial militar.

Alvorada Voraz

A ação foi realizada em sete cidades de Mato Grosso do Sul: Antonio João, Caracol, Jardim, Porto Murtinho, Campo Grande, Eldorado e Brasilândia e também em Brasília (DF) e Umuarama (PR). Além das prisões também foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos 12 veículos, uma CPU, um notebook, cinco celulares, um chip, um revólver calibre 38 e ainda 268 munições dos calibres 9 milímetros, 12 e ponto 40.

Modo de operação

De acordo com o Gaeco, os policiais militares ajustavam o pagamento de “propina” para permitirem a passagem de carregamentos de cigarros, que obrigatoriamente passam por Porto Murtinho, Bela Vista, Jardim, Sidrolândia e Campo Grande, rota dos contrabandistas vindos do Paraguai, com destino a outros estados.

Polaco

Polaco é apontado pela Justiça Federal como um dos maiores contrabandistas de cigarro do país, ele, inclusive, já foi condenado pelo crime e responde a outros processos pelo mesmo tipo de delito.

Ainda segundo a Justiça Federal, com o dinheiro dos crimes de contrabando, Polaco já teria comprado 11 fazendas na fronteira com o Paraguai. Uma delas tem 2,5 mil hectares e foi avaliada em R$ 25 milhões.