Delcídio cobra investimentos da Vale em Mato Grosso do Sul
30 NOV 2011 • POR Assessoria • 10h51“Acompanhei nos últimos dias informações que alguns jornais veicularam sobre prioridades nos investimentos da empresa. Foram citados vários projetos no Brasil e no exterior, mas, curiosamente, não vi uma linha sequer sobre o meu estado, e mais especificamente, sobre a minha cidade, Corumbá, na fronteira com a Bolívia”, afirmou Delcídio. “Vejo com grande preocupação esse mutismo da Vale porque há um esforço grande do governo federal, dos deputados e senadores que nos representam em Brasília, da administração estadual e da Assembléia Legislativa no sentido de viabilizar projetos fundamentais para o desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso do Sul.Precisamos desses investimentos para gerar emprego, renda, diversificar nossa economia, qualificar a mão de obra e criar perspectivas para a região “, defendeu.
O senador destacou que a Vale explora há vários anos jazidas de ferro em Corumbá, chegou a adquirir as lavras que eram operadas pela multinacional RTZ, prometeu ampliar a produção, agregar valor ao produto, mas até agora nada aconteceu.
“ A Vale chegou a anunciar que iríamos alcançar a produção de 15 milhões de tonelada/ano, mas não saímos dos 4 milhões. Na verdade, nem sei se chegamos aos 4 milhões. Enquanto isso, outras mineradoras que operam na região aumentaram a produção e passaram a agregar valor ao minério de ferro, como aconteceu com o projeto da MMX, depois vendido para o Grupo Setorial, que produz gusa em uma siderúrgica de Corumbá e também no município de Ribas do Rio Pardo”, argumentou.
Delcídio não sabe se a Vale tem interesse em manter o direito de explorar o minério da região ou eventualmente evitar que outro investidor participe do processo e gere riqueza local.
“Eu não sei o que acontece até porque todos os interessados têm que percorrer um verdadeiro labirinto para alcançar a concessão da lavra . Mesmo que a Vale não tenha demonstrado interesse em investir no meu estado, não faltam investidores interessados em implementar projetos em Mato Grosso do Sul, embora estes enfrentem inúmeras dificuldades para conseguir a concessão”, afirmou.
Novas regras - Para Delcídio, uma das soluções para acabar com o problema é aprovar uma nova legislação para o setor de mineração, que obrigue as empresas a investirem nas concessões recebidas.
“ A proposta do Código Mineral tem que ser encaminhada ao Congresso e votada pelo Senado e a Câmara o mais rápido possível, para que não haja mais nenhuma empresa "sentada" em minas, nem aquelas que utilizam um "labirinto regulatório" para impedir que outros investidores participem do desenvolvimento regional e do país”, defendeu .
O senador enumerou os investimentos feitos pelo governo federal na área de infraestrutura, para estimular as empresas a investirem em Mato Grosso do Sul.
“Estamos concluindo a recuperação da BR 262, no trecho entre Anastácio e Corumbá. A oferta de energia, que era outro entrave sério para o desenvolvimento de projetos industriais, tem aumentado progressivamente, não só com a entrada em operação das usinas termelétricas de Campo Grande e Três Lagoas, que deram confiabilidade ao sistema, mas também com a implantação de dois novos linhões de 230 kv. Por outro lado, existe um grande esforço no sentido de recuperar a nossa malha ferroviária e, além disso, estamos prevendo no Orçamento da União de 2012 recursos para investimentos na Hidrovia Paraná-Paraguai, o que vai facilitar bastante o escoamento de tudo o que é produzido na região. Portanto , ausência de infraestrutura e dificuldades de logística não serão mais desculpas para suspender investimentos na produção”.
Embora decepcionado, Delcídio disse ter esperança de que a situação da Vale em Mato Grosso do Sul mude.
“Espero que a Vale se apresente. Até agora o posicionamento da empresa é absolutamente ridículo e não corresponde a história , a qualidade de seu corpo funcional e a tudo aquilo que ela representa não só no Brasil , mas também em suas atividades no exterior”, concluiu.