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Guarani-kaiwá fatura prata nos Jogos Indígenas e dedica medalha a irmão

4 NOV 2015 • POR Fonte: globoesporte • 21h27
Rocleiton Flores suportou o sol escaldante de Palmas para encarar adversários do mundo inteiro. Mas seu irmão Laucídio não estava lá. Arremessou sua lança a 43,40 metros e cravou o segundo lugar, perdendo no detalhe para o rival. E Laucídio não estava lá.

O jovem Rocleiton, da etnia guarani-kaiwá, representou a aldeia Jaguapiru no arremesso de lança nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, na capital tocantinense, no último fim de semana. Trouxe a prata para Dourados, mas no fundo dedicou a conquista ao irmão, falecido em março aos 37 anos, vítima de parada cardíaca.
- Para falar a verdade, eu nem ia mais nesse jogos.

Foi algo que nos pegou de surpresa, eu treinaria com ele para os jogos, ele iria me acompanhar - conta Rocleiton, 21 anos, que atualmente cursa o segundo ano de enfermagem em uma universidade de Dourados.
No esporte, Laucídio era um grande exemplo na vida de Rocleiton.

Ex-atleta e um dos líderes da aldeia onde vivia, Laucídio tinha no currículo quatro títulos nacionais no arremesso de lança - modalidade tradicional entre os índios. Também se destacou no arremesso de dardo, e em 2007 ajudou a conduzir no estado a tocha dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.