Justiça decreta 'novas' prisões de pessoas investigadas na 'Lama Asfáltica'
14 NOV 2015 • POR • 09h30"Buscamos o alvará de soltura com relação aos presos que estão no Garras [Delegacia Especializada de Repressão à Roubos, Assaltos e Sequestros], porém deixamos de colocá-los em liberdade em razão de ter sido decretado um novo mandado de prisão. Com relação ao teor do novo processo, nós não temos detalhes", afirmou ao portal G1 o delegado Fabio Peró.
Os investigados estavam presos desde a última terça-feira (10) e ficariam nesta condição até este sábado (14). No entanto, após o depoimento, o juiz Carlos Alberto Garcete revogou a prisão temporária daquele processo e decretou oito novas prisões. Esta última investigação é referente à licitação que ensejou o contrato pelo qual a empresa Proteco, que tinha a obrigação de recuperação da estrutura da faixa de rolamento da rodovia MS-171.
Lama Asfáltica
São ao todo dois inquéritos que apuram os possíveis crimes. No dia 9 de julho deste ano, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e quatro ordens de afastamentos de servidores estaduais.
A ação ocorreu em um órgão estadual, além de residências e empresas que possuíam contratos com o Poder Público. O prejuízo investigado é de R$ 11 milhões na construção de obras com recursos federais.
Além da PF, existe a parceria da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal de Mato Grosso do Sul. Todas as empresas investigadas atuam na pavimentação de rodovias, construção de vias, coleta de lixo e limpeza pública, entre outros.
Desvio
O delegado Cléo Mazzotti, chefe da Delegacia Regional de Crime Organizado, além do outro delegado que coordena as investigações, disseram ao G1 em outubro que a PF já tinha a comprovação de seis dos R$ 11 milhões desviados para a organização criminosa.
Os outros R$ 5 milhões teriam sido desviados por meio de um esquema, segundo o delegado. Na ocasião, a Aeronáutica teria doada uma área, na qual foi construída a avenida Lúdio Martins Coelho. Em troca, seriam realizados reparos na Base Aérea e entorno. Sgeundo a PF, o serviço foi feito, mas com verba federal e esta seria a fraude dos cinco milhões restantes.