Mesmo preso, Delcídio continuará recebendo R$ 33,8 mil do Senado

27 NOV 2015 • POR Correio do Estado • 07h45
Delcídio do Amaral, em sessão antiga do Senado (Foto: Pedro França / Agência Senado)
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) continua recebendo seu salário de R$ 33,8 mil mensais, mesmo estando preso e impossibilidade de exercer seu papel no Senado Brasileiro. O pagamento deve ser feito por, pelo menos, mais quatro meses.

Isso porque ele está de licença automática, conforme informou a Secretaria Geral da Mesa do Senado. A notícia foi divulgado pelo jornal O Globo em seu site.

A reportagem informou que a base legal para garantir o pagamento está no artigo 44 do Regimento Interno da Casa. Ele trata sobre a "licença específica para casos em que o senador está 'temporariamente privado de liberdade', ou seja, preso".

O site também informou que a Secretaria Geral da Mesa declarou na tarde desta quinta-feira (26) que depois de 120 dias afastado, Delcídio cederá seu vaga para o suplente de Mato Grosso do Sul, assim o Estado não fica com um representante a menos. Sobre o pagamento, resta dúvida se ele continuará sendo pago.

Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, está recebendo pressão da oposição para que ele envie a decisão da Casa sobre a manutenção da prisão de Delcídio para o Conselho de Ética. Com isso, o conselho começaria o processo por quebra de decoro parlamentar, que poderia render uma cassação. Calheiros manifestou-se que foi contra a manutenção da prisão.

Ele também é investigado na operação Lava Jato.

O CASO

Delcídio do Amaral foi preso na manhã de quarta-feira (25) em Brasília (DF). O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a prisão, a primeira da história do país cumprida contra um senador em exercício do cargo. Ele é suspeito de tentar atrapalhar as investigações da operação Lava Jato, tentando demover Nestor Cerveró de seguir com a delação premiada.

O senador por Mato Grosso do Sul ofereceu um "salário" de R$ 50 mil por mês à família de Cerveró e ainda apresentou um projeto de fuga. O filho do ex-dirigente da Petrobras, Bernardo Cerveró, foi quem gravou a negociação.