PF pede transferência de Bumlai e ex-deputado para presídio

5 FEV 2016 • POR G1 • 09h30
Pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai está preso desde novembro - Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
A Polícia Federal (PF) enviou ofício ao juiz Sergio Moro requerendo a transferência de dois presos da Lava Jato para o Complexo Médico Penal (CMP), no sistema prisional do Paraná. O pedido vale para o ex-deputado federal Pedro Corrêa e para o pecuarista José Carlos Marques Bumlai. Ambos estão detidos na carceragem da Superintendência da PF, em Curitiba.

O pedido foi feito pelo delegado Igor Romário de Paula, na quarta-feira (3). Ao justificar a transferência, ele alegou dificuldades de espaço. "Tendo em vista que a carceragem da Polícia Federal se destina tão somente a presos provisórios ou para custodiados em eventual risco, bem como a limitação de espaço que dificulta a movimentação de presos em flagrante e de eventuais operações policiais, solicito a Vossa Excelência autorização para remoção dos seguintes presos para o Complexo Médico-Penal", disse.

O complexo é uma penitenciária de regime fechado e com finalidades médicas e fica localizado em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Corrêa foi preso em abril de 2014 e já foi condenado pela Justiça Federal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro a 20 anos, 7 meses e dez dias de prisão.

Ele já havia sido condenado no processo do Mensalão e, quando foi preso na Lava Jato, cumpria pena de 7 anos e 2 meses em regime semiaberto.

Ao condenar o ex-deputado, o juiz Sérgio Moro afirmou que ele recebeu pelo menos R$ 11,7 milhões do esquema de corrupção. Apenas um dos repasses chegou ao valor de R$ 2 milhões, segundo o juiz. Além dos 20 anos e sete meses de prisão, o juiz atribuiu a Pedro Corrêa multas que somam R$ 2.248.530.

Já Bumlai, foi preso na 21ª fase da operação, deflagrada no dia 24 de novembro de 2015. O pecuarista, por enquanto, é apenas réu em um processo e reponde pelos crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.

Em depoimento dado à Polícia Federal, em dezembro de 2015, Bumlai confessou que houve fraude na quitação de um empréstimo de R$ 12 milhões feito por ele no Banco Schahin. Ele disse também acreditar que o dinheiro seria para pagar dívidas de campanha eleitoral em Campinas (SP) e para "caixa 2" do PT.

Em tese, o empréstimo deveria ter sido pago até novembro de 2005, o que não ocorreu. Assim, o montante foi sendo corrigido para incorporar os encargos não pagos. Os valores foram quitados na sequência, após o Banco Schahin conceder empréstimo de R$ 18 milhões à empresa AgroCaieras, do próprio Bumlai.

Os valores do novo empréstimo, que ultrapassaram R$ 20 milhões, seguiram sem pagamento até janeiro de 2009, quando foi feito um contrato de venda de embriões de gado bovino das fazendas de Bumlai para empresas do Grupo Schahin.