Homem que filmou agressão a cachorro depõe

Homem que filmou agressão a cachorro depõe

19 DEZ 2011 • POR • 13h30
G1

O homem que filmou uma enfermeira de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, espancando um cachorro da raça Yorkshire, começou a prestar depoimento sobre o caso na manhã desta segunda-feira (19) em Barra do Garças (MT), onde mora. O vídeo da agressão foi parar no YouTube. O cachorro morreu.

Claudemir Rodrigues Maciel foi convocado a depor por carta precatória, a pedido da delegacia de Formosa. Maciel disse que filmou a cena ao ser acordado pelos latidos do cachorro. Ele estava passando o final de semana no apartamento da madrinha da filha, que é vizinha da enfermeira.

“Estava dormindo no apartamento, o pessoal não estava em casa. Era quatro horas, cinco horas da tarde. Acordei com o barulho do cachorro gemendo”, afirmou ao G1, pouco antes de iniciar o depoimento.

Maciel afirmou que resolveu filmar a cena porque já havia sido informado de que a enfermeira maltratava o animal. “O pessoal me falou que ela espancava [o cachorro] quase todo o dia. Eu disse: ‘Essa eu vou filmar’.”

Ele disse que fez a gravação da área de serviço do apartamento em que estava, no segundo andar, que dá vista para a o apartamento da enfermeira, no andar de baixo. Maciel afirmou que no dia seguinte, um domingo, filmou o cachorro ainda vivo, molhado, na área de serviço. “Esse vídeo é curto, não acrescenta nada ao que já foi divulgado.”

Ele foi embora no mesmo dia, de volta para Barra do Garças. Antes, gravou o vídeo em um CD e deixou com a dona do apartamento, porque a polícia estava em greve. O CD só foi entregue após o fim da paralisação dos policiais e acabou dando origem ao inquérito sobre o caso.

Depoimento
A enfermeira deve depor ainda nesta semana sobre o caso. O delegado que investiga os maus-tratos, Carlos Firmino Dantas, disse que negocia com a defesa da mulher uma data para ela depor.

O advogado da enfermeira, Gilson Saad, disse ao G1 que ela está abalada com a repercussão do caso. “Queremos apaziguar a situação. Precisamos acalmar a população. Ela é uma mera dona de casa que precisa ter a vida dela devolvida”, afirmou.

O advogado disse que entre as razões apontadas pela mulher para as agressões estava o fato de ela estar desempregada, vivendo um mal momento. No sábado, o G1 conversou com uma parente próxima da mulher, que pediu para não ser identificada, que disse que ela tinha um quadro de depressão agravado pela distância da família.