Polícia

Acordo permite que policiais ignorem fronteira durante perseguições

24 JUN 2016 • POR Dourados News • 07h00
Reunião aconteceu com ênfase a medidas de segurança - Foto: Divulgação
Em uma reunião nesta quinta-feira (23), na Governadoria de Amambay em Pedro Juan Caballero, a Polícia Militar de Ponta Porã propôs às autoridades paraguaias o poder para avançar a linha do país vizinho quando necessário na busca por bandidos. A solicitação aconteceu em meio ao debate que visa soluções e um "pacto internacional" para acabar com a insegurança que se instalou na região, com os acontecimentos violentos recentes da "guerra do tráfico", como a execução do narcotraficante Jorge Rafaat.

O debate durou cerca de duas horas e contou com representantes de órgãos de segurança do Brasil e do Paraguai, além de autoridades políticas. De acordo com o comandante da Polícia Militar de Ponta Porã, Waldomiro Centurião, a medida colocada na reunião trará mais amplitude ao trabalho da polícia e ajudará na eficácia de perseguições e diligências aos criminosos.

"Nossa proposta é que tanto a polícia paraguaia quanto a de Ponta Porã, possa ultrapassar o lado do país vizinho, o que certamente ajudará a capturar os bandidos, pois, hoje, se esse ‘passa’ para lá, ficamos impedidos de seguir e assim a fuga é proporcionada de certa forma e o mesmo para polícia paraguaia. Não podemos deixar que a soberania nacional seja um obstáculo no combate ao crime", pontuou.

Ainda conforme Centurião, mais algumas situações foram pontuadas, com foco em coibir ilícitos fronteiriços. Entre estas, a proposta de mais rigidez na lei que dispõe sobre uso de arma de fogo no Paraguai e ainda uma análise de medidas mais criteriosas no que diz respeito a veículos roubados no Brasil e levados para o país vizinho.

"Entendemos e pontuamos na reunião que é preciso uma revisão da lei 4036/2010 que diz respeito à comercialização de armas, munições e explosivos, tornando o acesso a esses mais dificultado. No âmbito de veículos roubados no Brasil que são levados para lá, propomos que haja uma análise mais correta que identifique isso, e não permita que quando identificados sejam legalizados e sim transladados de volta", disse.

Agora as indicações seguem para um estudo das autoridades paraguaias, para que se aprovadas entrem em vigência. Questionado sobre o clima na região de fronteia, o comandante citou que em Ponta Porã, a violência do país vizinho movimentou um alerta maior e que no momento os "ânimos estão mais tranquilos , sem registro de situações anormais".