Caarapó

Clima de tensão diminui, mas índios ainda controlam estrada à noite

28 JUN 2016 • POR Dourados News • 07h30
O clima de tensão nas propriedades rurais ocupadas por índios em Caarapó diminuiu, mas a situação ainda requer cuidado e policiamento para que não haja novos confrontos, segundo o comandante do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente coronel Carlos Silva. Os índios passaram a deixar o tráfego livre na MS-280, que dá acesso a fazendas e aldeia, das 06h às 18h todos os dias.

Nesse período, a segurança é reforçada no local pelas polícias. No período da noite e madrugada, no entanto, os índios bloqueiam e continuam controlando quem entra e quem sai do local. "Nós permanecemos acompanhando a situação e negociando com os índios", explica o comandante.

Ele conta que o 3º BPM tem agido de perto, mantendo policiais no local. Também há agentes da Força Nacional trabalhando em conjunto para manter o policiamento na região, e atenção do Ministério Público ao que vem acontecendo no local.

Ainda há propriedades invadidas e a ação das forças de segurança é para que o problema não se agrave. "Nós continuamos no local, para garantir a segurança dos envolvidos e também para que não haja novos confrontos, para que o problema não aumente", afirma Silva.

O Caso

O conflito entre índios e produtores rurais, teria começado na noite do dia 12 deste mês em Caarapó, quando um funcionário da Fazenda Ivu – que fica próxima a aldeia Tey Kuê - teria afirmado ao proprietário rural que foi ameaçado por um índio ao tentar chegar à propriedade. Na manhã do dia seguinte, o dono da fazenda foi à Polícia Civil para registrar a ocorrência relatando este caso.

No dia 14, a tensão tomou conta do local e houve conflito. Esse resultou na morte do agente de saúde Clodioldo Adileu Rodrigues de Souza, 20, filho do vice capitão da aldeia e mais índios ficaram feridos. No período da tarde do mesmo dia, o confronto continuou, policiais foram sequestrados e liberados, e viaturas queimadas. Desde então, o local está tomado por forças de segurança. Ainda não se sabe a autoria de quaisquer dos crimes e as investigações ocorrem tanto pela Polícia Civil, quanto pela Polícia Federal.

Os índios reivindicam a área como sendo terra tradicional indígena e pedem agilidade na demarcação, já que existe estudo antropológico envolvendo o território.