'Com Dilma, governo ficou mais técnico', diz Roberto Setubal

29 JAN 2012 • POR Estadão • 09h48
Roberto Setubal, principal executivo do Itaú, maior banco privado brasileiro, gosta de tudo o que tem visto do governo da Dilma Rousseff, e considera que a maior vantagem da gestão da presidente é a de 'tornar o governo mais técnico e despolitizar as áreas que exigem discussão mais técnica'.

Participando pela primeira vez do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Setubal ficou surpreso com o assédio do qual está sendo alvo por parte de investidores e empresários interessados no Brasil - em busca de informações sobre o País e sobre como o Itaú pode ajudar a viabilizar aqueles interesses. Os participantes do Fórum Mundial têm em Setubal um interlocutor que vai lhes transmitir uma visão fundamentalmente positiva do País e do governo da presidente Dilma Rousseff.

Otimista, ele acha que os juros cairão para um dígito, e considera que o Banco Central teve razão em começar a cortar a Selic, a taxa básica, em agosto, decisão extremamente criticada pelo mercado financeiro. Para Setubal, o atual governo está privilegiando a política de aperto fiscal para combater a inflação, rompendo com a tradição brasileira de usar mais a política monetária.

Segundo Setubal, as ambições de internacionalização do Itaú passam longe da Europa. Além do foco no mercado brasileiro, em franca expansão, o maior banco privado brasileiro está interessado em crescer na América Latina e realizar aquisição nos Estados Unidos.

Setubal observou que ele, Luiz Carlos Trabuco Cappi, principal executivo do Bradesco, e André Esteves, à frente do grupo BTG Pactual, estão pela primeira vez participando do Fórum de Davos. Enquanto o governo restringiu sua participação, com a ausência dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, o setor financeiro privado veio com toda a força a Davos, com a presença de três de suas maiores estrelas.