MALÁRIA

Brasil ganha remédio para malária após 70 anos sem novidades no tratamento

17 NOV 2019 • POR Amambai Noticias • 18h00

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de um novo remédio para malária: a tafenoquina, fabricada pela farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK). Trata-se de uma versão da primaquina, um princípio ativo utilizado há décadas contra a doença.

"É a primeira vez em quase 70 anos que temos um novo medicamento contra a malária vivax [tipo mais comum no Brasil]", declarou à imprensa o médico Dhélio Batista Pereira, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Rondônia. Aliás, essa instituição brasileira participou dos estudos clínicos que comprovaram os benefícios da tafenoquina — entre eles, a maior facilidade no tratamento.

Tomada em dose única, a droga age por um período superior a 20 dias, com alta chance de cura total. Isso ajuda na adesão. O esquema tradicional exige seguir um tratamento por até 14 dias. Como a pessoa começa a se sentir melhor durante esse período, tende a abandonar os remédios, o que aumenta o risco de recaída da doença.

A tafenoquina foi aprovada nos Estados Unidos em julho de 2018 — o Brasil é o primeiro país com malária endêmica a autorizar sua distribuição.

Curiosamente, essa droga é conhecida há pelo menos 30 anos. Mas os estudos só deslancharam depois de uma parceria firmada entre a GSK e a organização não-governamental Medicines for Malaria Venture (MMV), financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates.