CAMPO GRANDE

Enfermeiro é algemado e detido em UPA por PM após perguntar nome de paciente para atendimento

27 JUL 2022 • POR G1 MS • 14h30

Um enfermeiro foi algemado e detido por um policial militar durante atendimento de uma paciente por ter perguntando o nome da mulher enquanto realizava o procedimento de triagem, na Unidade de Pronto Atendimento Leblon, em Campo Grande. O caso aconteceu no último domingo (24). 

Conforme apurado pelo g1, o policial havia socorrido uma vítima de violência doméstica e a levado para área vermelha da unidade de saúde.

Segundo apurado, durante o atendimento, o enfermeiro teria perguntado o nome da vítima para identificação. No momento em questão, o policial teria ficado irritado com o questionamento dizendo que naquela situação não importava.

O enfermeiro tentou explicar para o policial o procedimento, mas recebeu voz de prisão. Nas imagens acima é possível ver o enfermeiro já algemado dentro da viatura e o policial falando com outros profissionais.

O profissional de saúde foi levado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac Cepol), mas o delegado de plantão entendeu que não houve nenhum tipo de conduta criminosa e o enfermeiro foi liberado.

Ao g1, o enfermeiro relatou estar muito abalado com o acontecimento. "Nos 11 anos de profissão, eu nunca imaginei passar por uma coisa dessa, eu sempre venho mentalizando, tentando dar o meu melhor ao meu paciente, eu jamais ia omitir socorro", disse o homem.

Posicionamentos

Em nota, a Polícia Militar informou que não procede a informação de que o funcionário da saúde teria sido conduzido á delegacia de polícia por um motivo torpe como o descrito, visto que perguntar o nome de alguém não se trata de conduta ilícita.

A condução do funcionário se deu em virtude de omissão de socorro. De acordo com o relatório policial, o funcionário não teria prestado pronto atendimento à vítima que permanecia em pé com o auxílio do policial militar.

O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul iniciou uma investigação dos fatos.

A secretária municipal de Saúde (Sesau) informou que todo o atendimento necessário à paciente foi prestado mesmo após o ocorrido entre o servidor e o policial militar.

A secretária ainda lamentou o ocorrido e reforça que está prestado suporte necessário ao servidor, que após o fato não possuía condições psicológicas de retornar ao plantão.