Ex-secretário especial de MS dá conselhos a novo ministro da Agricultura

Ex-secretário especial de MS dá conselhos a novo ministro da Agricultura

24 AGO 2011 • POR G1 • 10h50
Marcus Vinícius Pratini de Moraes, ex-ministro da Agricultura da gestão Fernando Henrique Cardoso e ex-secretário especial de Mato Grosso do Sul no primeiro governo de André Puccinelli (PMDB), que esteve presente na posse do novo ministro da Pasta, deputado Mendes Ribeiro, disse que deu pelo menos dois conselhos ao amigo: não contrate quem não pode demitir e evite parentes.

Atual conselheiro do grupo JBS, considerada maior empresa em processamento de proteína animal do mundo, defendeu maior liberdade de ação para a agricultura no país poder abrir novas frentes de mercado, como era feito anos atrás, sem interferência do governo.

"Primeiro as empresas vão lá e abrem o mercado, depois chamam o governo", ensinou ele. Pratini de Moraes rebateu a afirmação da presidente Dilma Rousseff, que citou que o Brasil é o terceiro maior exportador de produtos agropecuários do mundo, depois de salientar que, na verdade, o Brasil, hoje, é o "maior exportador líquido de alimentos do mundo e o será em números absolutos também, em cerca de dois anos".

Para solucionar problemas que ainda existem no setor, no País, Pratini de Moraes pregou que sejam reduzidas as incertezas jurídicas particularmente das normas para uso do solo, afetadas pelo Código Florestal e que o seguro para catástrofes se transforme em realidade, com desembolsos pelo Tesouro, o que considera inevitável.

O ex-ministro defendeu ainda que as negociações bilaterais sejam estimuladas, já que a Rodada Doha está empacada e impede a liberalização do comércio internacional, por causa das reclamações dos países emergentes, que pretendem maior acesso aos mercados agrícolas dos países ricos, enquanto estes exigem uma abertura maior para seus produtos industriais e bens de serviço no resto do mundo.

Pratini de Moraes salientou ainda que estas negociações bilaterais devem ser feitas pelo Brasil incluindo ou não o Mercosul. "Não podemos ficar amarrados", desabafou, ao insistir na necessidade de serem abertos novos mercados internacionais pelas empresas, independentemente de apoio do governo.