Seleção abre nova 'era Ronaldinho' contra Gana

5 SET 2011 • POR • 08h05
Ronaldinho abraça Daniel Alves e arranca sorriso de Neymar durante treino em Londres
Seleção abre nova 'era Ronaldinho' contra Gana unindo reverência e pressão por vitória

Uol

Depois de quase um ano de afastamento, Ronaldinho Gaúcho vestirá a camisa da seleção nesta segunda-feira pela 94ª vez em sua carreira, a primeira delas como jogador do Flamengo. Em campo no amistoso contra Gana em Londres, o ídolo começa a lidar com a aposta de Mano Menezes de que o remanescente do penta pode se transformar em uma liderança para a jovem geração de 2014.

Apesar de não ter participado dos insucessos recentes da seleção, Ronaldinho já entra no time dividindo a responsabilidade pela retomada das vitórias. Paralelamente, o jogador de 31 anos ainda terá que administrar toda a reverência que a maioria dos garotos do grupo não faz nenhum esforço para esconder.

"O Ronaldinho é fantástico. É maravilhoso estar ao lado dele. Sempre foi muito bom ver ele na seleção e no Barcelona", afirmou Neymar, parceiro de ataque do experiente meia-atacante no jogo desta segunda.

"Seria um sonho jogar com ele, é um grande ídolo. Foi campeão pela seleção e pelo Barcelona, foi o melhor do mundo. A gente veio junto no avião, mas acabou se desencontrando", disse o são-paulino Lucas, possível substituição de segundo tempo, escancarando a reverência a Ronaldinho.

Será o primeiro jogo do meia-atacante pela seleção desde a derrota para a Argentina por 1 a 0 em novembro de 2010, no Qatar, quando Ronaldinho ainda atuava pelo Milan. De lá para cá, o astro protagonizou uma novela na transação que culminou em sua ida à Gávea e, de volta ao seu país, conseguiu apresentar rendimento capaz de surpreender muita gente e de fazer a cabeça de Mano Menezes.

Na entrevista coletiva em que anunciou a convocação de Ronaldinho, o técnico da seleção afirmou estar convencido de que o remanescente do penta tem potencial para ser o líder da geração de Neymar e companhia no processo até a Copa de 2014. Na véspera do amistoso em Londres, o treinador reiterou a cobrança adicional ao camisa 10 do Fla.

"Ele foi convocado uma vez, contra a Argentina. Depois disso, teve a transferência para o Brasil. Vem demonstrando no Flamengo uma capacidade de ser um líder técnico, junto com a experiência. No momento que a seleção vive, com muitos jogadores jovens, precisamos disso", declarou o treinador.

Na esfera tática, Ronaldinho integrará nesta segunda uma nova tentativa de Mano para a sua seleção, através de um quarteto ofensivo. O flamenguista deve atuar deslocado pela esquerda do ataque, que também terá Neymar pela direita e Leandro Damião como a aposta da vez pelo centro. O meia-armador Paulo Henrique Ganso completa esta lista, em busca de sua primeira grande atuação vestindo a famosa camisa amarela.

O Brasil vem de derrota para a Alemanha em agosto, quando Mano usou como justificativa do revés a falta de treinos de preparação. Desta vez, a comissão técnica optou por sacrificar um jogo dentro da “data Fifa” e, assim, teve cinco dias para práticas de preparação.

Do outro lado do amistoso, Gana vem para o confronto do Brasil sem suas principais estrelas, preservadas pelo técnico Goran Stevanovic para a disputa das eliminatórias da Copa Africana, torneio em que a equipe derrotou a Suazilândia no último sábado. Kevin-Prince Boateng e Michael Essien não estarão no amistoso desta segunda no Craven Cottage, estádio do Fulham FC. Assim, nessas circunstâncias, os ganenses parecem adversários moldados para a ocasião, em que para a seleção de Mano apenas um resultado interessa.