Osteoporose é um problema crescente na saúde pública e merece atenção também na zona rural

Osteoporose é um problema crescente na saúde pública e merece atenção também na zona rural

25 AGO 2012 • POR Fonte: Isaude • 00h00
O artigo “Fatores associados à qualidade de vida de idosos com osteoporose residentes na zona rural” realizou um inquérito domiciliar com objetivo de medir a qualidade de vida desse grupo específico e verificar fatores associados. De acordo com as autoras, os menores escores relacionaram-se ao maior número de morbidade, à ausência de escolaridade e a menor idade. A pesquisa faz parte da edição de junho da revista de enfermagem da Escola Anna Nery, da UFRJ, e as suas autoras são Darlene Mara dos Santos Tavares, Nayara Cândida Gomes, Flavia Aparecida Dias e Nilce Maria de Freitas Santos, todas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro em Uberaba (MG).

Segundo as autoras, o envelhecimento humano na zona rural apresenta especificidades, devido às particularidades históricas, socioculturais e ecológicas expressas e uma realidade própria. Elas explicam que “o ambiente rural preserva as redes sociais de parentesco, constitui laços com o espaço geográfico e com a memória local”. Por outro lado, o acesso ao serviço de saúde pode estar comprometido nessa região e isto pode refletir na qualidade de vida do idoso.

As enfermeiras informam que o Brasil é o oitavo país em número de idosos, com cerca de 21 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando 11,3% da população brasileira. Além disso, estima-se que os idosos somarão dois bilhões de pessoas no mundo até 2050 e eles residirão, em sua maioria, nos países desenvolvidos, afirmam. “O envelhecimento populacional repercute em vários setores sociais, dentre eles a saúde, tendo em vista o aumento da frequência das doenças crônicas”, dizem no artigo.

Em relação à osteoporose, as autoras informam que a doença é um problema crescente na saúde pública devido a sua associação ao incremento da mortalidade e das dependências. “A osteoporose é uma doença metabólica do tecido ósseo, caracterizada pela perda gradual de massa óssea, ocasionando a deterioração da microarquitetura tecidual, que se torna mais frágil e suscetível a fraturas”, explicam. As pesquisadoras revelam que uma das consequências da doença pode ser a ocorrência de fraturas que, por sua vez, diminuem a qualidade de vida do idoso e afetam sua capacidade de realização de atividades cotidianas e básicas.

Durante o estudo, as autoras observaram que o perfil de sexo feminino entre 60 e 70 anos, casada, com quatro a oito anos de estudo e renda de um salário mínimo foi predominante. Além disso, aposentados por idade, donas de casa, pessoas com regular satisfação das necessidades, casa própria quitada e que moravam com o cônjuge foram perfis em evidência na pesquisa. Elas notaram que os menores escores associaram-se ao maior número de morbidades, à ausência de escolaridade e a menor idade.

Para as pesquisadoras, há necessidade de ações de acompanhamento e monitoramento das condições de saúde desta população que visem minimizar os impactos que a osteoporose pode criar na qualidade de vida. Elas revelam que “os menores escores no domínio meio ambiente e facetas autonomia e participação social evidenciam a necessidade de estabelecer medidas conjuntas entre profissionais de saúde, idosos e familiares para possível adaptação do ambiente”. Segundo as autoras, os serviços de saúde podem estabelecer parcerias e ações intersetoriais com intuito de ampliar as oportunidades de participação social do idoso em atividades comunitárias no espaço rural.