Risco de câncer de mama adquirido na gravidez pode passar para próximas gerações
17 SET 2012 • POR Fonte: Isaude • 09h40 A exposição a produtos químicos ou alimentos que elevam os níveis de estrogênio durante a gravidez pode aumentar o risco da doença nas filhas, netas e até bisnetas, de acordo com cientistas da Virginia Tech, nos EUA.A pesquisa revela que ratas grávidas que receberam dieta com estrogênio sintético ou com gordura produziram gerações seguintes de filhas que parecem ser saudáveis, mas que possuem um risco maior que o normal para o câncer de mama.
Apesar de os resultados ainda não terem sido validados em seres humanos, o estudo mostra que os danos ambientais podem ser passadas de uma geração para a outra não através de mutações genéticas, mas por meio de alterações "epigenéticas" que influenciam a forma como a informação genômica é decodificada.
"Mostramos pela primeira vez que alterações no DNA causadas pela dieta são hereditárias e transgeracionais. Também identificamos locais chaves de alteração que podem estar envolvidos ou ser responsáveis pelo aumento do risco de câncer de mama, e que podem servir como biomarcadores para novas estratégias de prevenção da doença", afirma o líder da pesquisa Yue "Joseph" Wang.
Dois terços dos cânceres de mama que ocorrem em famílias não têm causa genética conhecida, de acordo com os pesquisadores.
O estudo sugere que a doença pode ocorrer devido à herança da ingestão materna de dietas ricas em gordura e exposição ao excesso de estrogênio durante a gravidez.
"O próximo passo será estudar o momento da intervenção e os impactos das alterações no DNA que ocorrem no início, meio ou no final da gravidez. A notícia promissora é que intervenções farmacológicas podem ser capazes de reverter a exposição prejudicial", conclui Wang.