PT de Maracaju vive crise provocada por expulsão de filiados
PT de Maracaju vive crise provocada por expulsão de filiados
26 SET 2011 • POR Midiamax • 09h49A crise que envolve o PT no município de Maracaju, desde a expulsão de três militantes históricos, vem ganhando desdobramentos e trazendo a tona uma crise que se alastra por todo o Partido em Mato Grosso do Sul. Rachado em duas correntes, uma liderada pelo senador Delcídio do Amaral e outra representada pelo grupo do ex-governador Zeca do PT, o partido vem acumulando baixas e animosidades nesta caminhada para as eleições municipais de 2012.O caso Maracaju teve início em 13 de fevereiro deste ano, quando, em convenção extraordinária, os membros do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores decidiram romper a aliança com o prefeito Celso Vargas (PDT), então no PTB, acusado pelo presidente regional do PT, Marcus Garcia, de estar conduzindo a administração municipal sem considerar as propostas filosóficas do partido, “e o PT entende que se é para participar da administração sem ser ouvido, é melhor cair fora”, conforme avaliou.
Até esse momento, os petistas estavam na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, ocupada pelo vice-prefeito Alberto do PT, que anunciou a disposição de entregar o cargo. Ermeto Lazzaretti, Secretário de Obras, anunciou que não deixaria o cargo mesmo diante da pressão dos dirigentes partidários. Na ocasião, Marcus Garcia informou que todos os petistas que ocupavam cargos em comissão na administração, deveriam entregá-los, sob pena de enfrentarem processos de expulsão.
Após o rompimento, três filiados foram expulsos: Ermeto Lazzaretti, ex-vereador, Secretário de Obras até 25 de agosto, da administração Celso Vargas, fundador do Partido dos Trabalhadores em Maracaju; Paulo Kuramoto, atual Diretor de Recursos Humanos da Prefeitura de Maracaju, e Iraci Padilha, Secretária de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, ainda no cargo.
Ermeto relatou que o diretório de Maracaju vem sofrendo grande pressão de parte do senador Delcídio do Amaral, no sentido de enfraquecer a corrente ligada ao ex-governador petista, e que fez questão de afastar todos os militantes ligados a Zeca do PT. Ele lembra ainda que no início da campanha de Delcídio ao senado, quando os números apontavam 1% de intenções de voto, estes militantes saíram às ruas para fortalecimento de sua candidatura, que teve expressivo número de votos na região.
Ermeto Ainda questiona o fato de a prefeita de Santa Rita do Pardo, Eledir Barcelos de Souza (PT), ter formalizado acordos com o governador André Puccinelli (PMDB), contrariando determinações partidárias, sem que o diretório lhe interpusesse qualquer reprimenda.
Ermeto também acusa o presidente regional do Partido, Marcus Garcia, o deputado federal Antonio Carlos Biffi, e o deputado estadual Pedro Kemp de descaracterizarem o partido em função de Delcídio do Amaral que, segundo ele, “caiu de paraquedas no partido com o qual não tem afinidade”.
Instalada a crise, Delcídio publicou em seu twitter : “Crise no PT de Maracaju-MS? Nem eu sei quem são os caras! Pra cima de mim não violão!!!!!!!!!”. As respostas vindas de Maracaju não tardaram e foram de estranhamento: “para um político do partido que ocupa o cargo de senador e diz não conheçer a militância de 10, 15, 20 anos, aqui do Estado, ou Delcídio não acompanha seus assessores, ou seus assessores agem em seu nome, sem o seu consentimento”, considera um militante em mensagem enviada por e-mail à redação do Midiamax.
De qualquer forma é questionável o anunciado rompimento com o prefeito Celso Vargas e a expulsão dos militantes que permaneceram nos cargos em comissão quando o deputado federal Vander Loubet (PT), em recente visita à cidade, acompanhando Dagoberto Nogueira (PDT) em cerimônia de filiação, declara “[...]o prefeito Celso está fazendo uma administração única em Maracaju, e isso é ainda mais gratificante e tudo indica que caminharemos juntos, PDT e PT nas próximas eleições”.