Ex-assessor parlamentar nega extorsão, diz que atuou em ações pessoais de Bernal

Ex-assessor parlamentar nega extorsão e diz que atuou em ações pessoais de Bernal

24 SET 2013 • POR • 14h20
Midiamax



Mais uma vez o prefeito Alcides Bernal reuniu a imprensa para tentar explicar os escândalos que atingem a administração dele. Na tarde desta segunda-feira (23) ele reuniu secretários, o procurador-geral do município, Luis Carlos Santini e três vereadores para falar sobre o relatório da CPI do Calote, aprovado na última sexta pela Câmara Municipal.

No entanto, o assunto que dominou a coletiva foi mesmo o caso da ex-catadora de lixo Dilá Dirce de Souza, que diz não saber o que foi feito de uma indenização que ela ganhou com Bernal como advogado.

O atual prefeito de Campo Grande afirmou que não sabia dos saques feitos na conta judicial onde foi depositada a quantia ganha da Vega, empresa dona do caminhão que atropelou Dila no lixão da Capital em 2001. Minutos depois, no entanto, a advogada Jaqueline Hidelbrand Romero, que cuida do processo agora, confirmou que houve saques.

“Ao sair do meu gabinete, ele exigiu R$ 600 mil de mim por esse caso. A dona Dilá era como um membro da minha família. Minha esposa a levava para fisioterapia, ortopedista. Acredito que ela está sendo usada”, disse o prefeito.

Questionado sobre recibos no processo com o nome de Alcides Bernal, a advogada interrompeu e respondeu que estaria tudo comprovado por documentação. “Sacou sim porque tinha comprovante de despesa médica, então ele poderia fazer o saque”, admitiu.

Para justificar porque o caso ficou sem solução por mais de uma década, período no qual garantiu que tratava a ex-catadora 'como se fosse da família', Bernal atacou o novo advogado dela e ex-assessor dele, Rubens Pereira de Deus.

O prefeito disse que o ex-funcionário teria tentado extorquir R$ 600 mil dele para 'resolver o problema'. Rubens nega e acha que Bernal está 'inventando absurdos' porque não teria como explicar o escândalo do processo em que representou a ex-catadora de lixo.

Rubens afirmou ainda que era contratado como assessor parlamentar quando Bernal estava na Assembleia, e reclama que teria sido usado sempre como advogado pessoal do então deputado.

“Quando eu saí do gabinete, pedi exoneração e que ele acertasse meus honorários, de R$ 15 mil reais. O Bernal falou que eu estava ‘louco’ por cobrar a quantia. Respondi que era assessor parlamentar e não advogado pessoal, como ele vinha me usando. Trabalhei nos casos da Coopertaxi, em vários processos de Bernal contra o Banco Bandeirantes, e até em processos de amigos dele”, denuncia.

O advogado ainda disse que estranha a acusação. "Se houvesse motivo para uma extorsão no caso de Dona Dilá, em função de irregularidades, isso seria uma confissão de culpa de Bernal", pondera.

Rubens Pereira disse que a própria situação mostra que a acusação é infundada. "Eu não poderia extorquir ele num caso do qual eu não fazia parte, nem nunca tive acesso ao processo. Vou processá-lo por calúnia e difamação. Ele não tem defesa perante o processo da Dona Dilá e fica inventando esses absurdos", conclui.(Com a edição)