Trabalhadoras humanitárias espanholas são sequestradas no Quênia

13 OUT 2011 • POR Reuters • 20h59
Homens armados levaram ontem duas trabalhadoras humanitárias espanholas de um campo de refugiados do Quênia, no terceiro sequestro de ocidentais no país em menos de um mês, todos eles atribuídos a criminosos ligados à vizinha Somália.

O sequestro ocorreu no campo de refugiados de Dadaab, onde atuam as funcionárias da entidade Médicos Sem Fronteiras.

As forças de segurança do Quênia e da Somália estão à procura dos sequestradores na região da fronteira, que foi fechada. A polícia disse suspeitar de militantes do grupo somali Al Shabaab, ligado à Al Qaeda.

Mas um dirigente do grupo, pedindo anonimato, rejeitou a acusação. 'Ouvimos falar dos sequestros (das funcionárias do) MSF, mas não estamos por trás disso', afirmou o dirigente à Reuters, falando por telefone do sul da Somália, e negando também que as reféns estejam na área sob controle do grupo.

A Al Shabaab domina grandes partes do sul e centro da Somália, inclusive áreas próximas à fronteira com o Quênia.

O MSF disse que só vai revelar o nome das duas reféns quando suas famílias forem avisadas.

Uma fonte queniana de inteligência disse que as autoridades estão investigando relatos de que um pastor teria visto o veículo das mulheres abandonado entre Dadaab e a fronteira.

Fortes chuvas atingiram esta região semiárida na quinta-feira, deixando perigoso o tráfego pelas estradas de areia da região, e dificultando qualquer tentativa de resgate.

Em nota, o presidente do MSF espanhol, José Antonio Bastos, disse 'condenar fortemente este ataque', e acrescentou que a entidade 'está em contato com todas as autoridades relevantes e está fazendo tudo o que pode para assegurar o retorno rápido e seguro das nossas colegas'.

A chancelaria espanhola confirmou a nacionalidade das reféns.