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Projeto Arena Grêmio segue incompleto e obras de mobilidade custariam R$ 80 mi

23 setembro 2013 - 00h00
Inaugurada em 8 de dezembro de 2012, a Arena do Grêmio é apenas parte do projeto idealizado para o novo estádio tricolor, que prevê ainda um centro de eventos, hotel, shopping center, centro empresarial e complexo residencial. No entanto, ainda não existe previsão para que tudo seja concluído. Junto a isso, o Ministério Público do Rio Grande do Sul contesta na Justiça o valor destinado pela OAS (responsável pelo empreendimento) para compensações ambientais.

A mobilidade também é um problema, e os custos para estas obras são estimados em R$ 80 milhões. Uma comissão composta por parlamentares, dirigentes, representantes da prefeitura e da administradora do estádio vai a Brasília na próxima semana em busca desses recursos.

Desde a inauguração do estádio, o trânsito no local é considerado um problema. Obras incluídas no PAC de Mobilidade Urbana estão sendo realizadas para melhorar o acesso, mas a inauguração da BR-448 (rodovia do Parque), prevista para dezembro deste ano, deve complicar a situação, já que desemboca bem em frente ao estádio.

A nova rodovia será uma alternativa construída para desafogar a BR-116, mas a prefeitura conversa com o governo federal em busca de alternativas que possam compensar o volume de tráfego que passará a circular pela região, que já fica congestionada em dias de jogo.

Nem mesmo o estádio funciona em sua plenitude. Os pontos comerciais da esplanada não começaram a funcionar por conta da liberação tardia do Habite-se (parcial), com 120 dias de atraso, após incidentes com a avalanche da torcida na Geral. De acordo com o projeto, são 28 mil m² de área comercial disponível no estádio. Até agora, apenas a loja do clube funciona no local.

No projeto estavam previstas 5,3 mil vagas de estacionamento, mas só existem 2,5 mil vagas para o público em geral, ao custo de R$ 30, e mais 1 mil vagas para os proprietários de camarotes, que pagam R$ 1,8 mil por ano. Quem preferir estacionar na rua paga a flanelinhas ou a garagens entre R$ 30 e R$ 40, em média. O Habite-se de todo o empreendimento será entregue quando as obras forem totalmente concluídas.

Essa dificuldade em tocar o projeto, que não conseguiu nem comercializar o naiming rights da Arena, pode ter relação com a atual diretoria do Grêmio, que tomou posse criticando a gestão anterior. O presidente Fabio Koff renegociou 14 pontos do contrato com a OAS, em junho, e só então passou a dizer que o estádio era do clube tricolor. O prazo para essas mudanças vence dentro de aproximadamente 15 dias.

Junto a isso, na semana passada, Eduardo Pinto deixou a presidência da Arena Grêmio para assumir a gerência de negócios da OAS na região Sul. As operações do estádio foram assumidas por Felippe Padovani, interinamente. A empresa e o clube foram procurados pelo Terra para falar sobre o assunto, mas nenhum dos dois quis comentar.

Além do estádio, o Projeto Arena Esportiva prevê a construção de apartamentos, centro de eventos, shopping center e um hotel. A primeira fase do empreendimento imobiliário já foi toda comercializada. São três condomínios com sete torres, vendidos a um preço médio de R$ 200 mil. Hoje já valem até R$ 380 mil. Segundo corretores imobiliários, a segunda fase deve ser lançada em breve, mas ainda não há previsão para o restante.

Mas essas obras ainda sem previsão de entrega podem atrasar ainda mais, já que o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) entrou com ação judicial contra a OAS, demais empresas envolvidas no projeto e prefeitura, porque o município assumiu a responsabilidade por obras de compensação pelo impacto ambiental.

O valor dessa contrapartida é baseado no custo total do empreendimento. A empresa afirma ser de R$ 613 milhões, mas o MP diz que o valor atualizado é de R$ 900 milhões. No entanto, a ação está parada na Justiça há mais de seis meses por conta de uma discussão sobre qual instância teria competência de julgar o caso.

Tendo em vista os problemas que o bairro do Humaitá - onde foi construída a Arena - tem enfrentado, no começo de agosto representantes do Grêmio, da OAS, parlamentares e gestores públicos se reuniram para conhecer um levantamento feito pelo próprio clube sobre as melhorias necessárias para a região. O custo é estimado em pelo menos R$ 80 milhões.

Foi cogitada a possibilidade de levantar recursos por meio de emendas federais e uma comissão foi criada para conversar com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em busca dos recursos

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