sexta, 29 de março de 2024
MAIS UMA CONDENAÇÃO

Chefe do tráfico na fronteira, Galã é condenado a 8 anos de prisão por lavagem de dinheiro em MS

Ele já tem condenações por organização criminosa e lavagem de dinheiro e foi preso em 2018, em Ipanema no Rio de Janeiro; Está atualmente no presídio federal de Mossoró e é suspeito da execução do principal chefe do narcotráfico na fronteira

02 dezembro 2020 - 17h00Por G1MS

A 3ª Vara Federal de Campo Grande condenou o traficante internacional Elton Leonel Rumich da Silva, conhecido como Galã, a 8 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que levou a condenação de Galã se baseou em provas obtidas após perícia realizada nos aparelhos celulares apreendidos quando ele foi preso, em fevereiro de 2018, em Ipanema (RJ), e posterior quebra de sigilo bancário.

A partir das imagens e mensagens trocadas por meio dos aparelhos apreendidos com Galã, foi possível verificar a ocorrência de transações bancárias, mediadas por doleiro, que comprovam a prática dos crimes de lavagem de dinheiro proveniente de inúmeros crimes, especialmente o tráfico internacional de drogas.

Em apenas um dia, 27 de fevereiro, foram realizados 16 depósitos em favor de cinco pessoas jurídicas diferentes, “laranjas”, totalizando R$ 197 mil. Assim que recebia os depósitos, Galã os repassava ao doleiro que providenciava a conversão dos valores.

A Justiça levou em conta que Galã se dedica a ações criminosas organizadas pelo menos desde 2005 e que já foi condenado, em agosto de 2019, a 19 anos de prisão pelo crime de organização criminosa.

Apesar do pedido do MPF para que na definição da pena fossem levadas em consideração a elevada culpabilidade, a personalidade negativa, os maus antecedentes, as circunstâncias gravosas e as consequências do crime, a 3ª Vara fixou a pena em apenas 8 anos. O órgão ministerial já apresentou recurso solicitando a revisão da pena.

Ficha criminal

Além das condenações por organização criminosa, em 2019, e lavagem de dinheiro, em 2020, Galã possui mais uma ação penal contra si na Justiça Federal em Mato Grosso do Sul, também por participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Essa denúncia, que já foi recebida pela Justiça mas ainda não possui decisão, trata especificamente da abertura de uma empresa de fachada com sede em Ponta Porã, uma construtora, por meio da qual outros cinco denunciados, sob o comando de Galã, adquiriam imóveis e veículos a fim de ocultar e dissimular a procedência ilícita e a real propriedade dos bens.

Segundo a polícia e o Ministério Público, Elton Leonel é considerado um dos principais nomes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.

Galã é suspeito, conforme o Ministério Público, de ser o mandante do assassinato do principal chefe do tráfico de drogas na fronteira, Jorge Toumani Rafaat, em julho de 2016 (veja o vídeo abaixo). O objetivo, segundo os investigadores, era assumir parte dos negócios de Rafaat no país vizinho como fornecedor de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai.

Galã foi preso em março de 2018, por policiais civis da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), do Rio de Janeiro, em um estúdio de tatuagem em Ipanema, zona sul da capital carioca. Aos policiais, ele apresentou documento falso, entretanto, os agentes já sabiam quem ele era, após ter troca de informações com a Inteligência da Polícia Civil de São Paulo.

Ele foi transferido do sistema penitenciário estadual do Rio de Janeiro para o sistema federal no Rio Grande do Norte após a identificação de plano de fuga orçado em R$ 2 milhões.

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