sexta, 19 de abril de 2024

Homem é acusado de abuso sexual em quatro crianças em Campo Grande

08 setembro 2011 - 17h30
Menina de 12 anos diz que matinha relações sexuais duas vezes por mês; outra de 10 anos era abusada desde os 6 anos, segundo delegado

Campograndenews

O técnico de informática Gustavo Frederico de Miranda, 34 anos, está preso acusado de abusar sexualmente de quatro meninas, três de 12 anos e uma de 10 anos, em Campo Grande. Uma das crianças de 12 anos afirma que era obrigada a manter relações sexuais duas vezes por mês com o acusado, segundo informações do delegado Divino de Mendonça.

As outras garotas, segundo as investigações, não mantiveram relação sexual, mas eram molestadas e obrigadas a ter contato com o órgão sexual do acusado, além de dizer palavras obscenas.

De acordo com o delegado, a menina de 10 anos diz que era colocada em frente ao computador e tinha de repetir dizeres obscenos. Ela afirma que havia uma câmera no local, mas não soube dizer se o material era gravado ou exibido.

O delegado diz que nenhuma câmera foi encontrada na casa do acusado, mas existe a suspeita de que ele utilizava webcam do computador. No local, foram apreendidos 2 computadores, vários pen drives, CDs e DVDs. O conteúdo completo ainda será analisado pela perícia, mas em princípio não foi encontrado nenhum material pornográfico.

Os crimes de abuso aconteciam na própria casa do acusado, no bairro Vila Neuza. A menina de 12 anos, que fez sexo, diz que era abusada desde janeiro deste ano. Já a garota de 10 anos afirma que era molestada desde os 6 anos.

Segundo o delegado, o autor ameaçava as crianças para que o crime não fosse revelado. “Ele dizia que se contassem para a mãe ele iria fazer algo contra elas”, diz.

As meninas ainda dizem que a esposa de Gustavo presenciou vários dos abusos. A garota de 12 anos afirma que fez sexo com o acusado em frente da mulher. Ela estava grávida e deu à luz a um menino nesta semana. O delegado afirma que a mulher será ouvida, assim que tiver alta médica.

Todas as crianças são moradoras da região, sendo que duas são primas e as outras dizem que se conheceram por meio de Gustavo. Não foi detalhado pelo delegado como o acusado chegava até as vítimas.

Já Gustavo disse a imprensa nesta manhã que é inocente e que conhecia as meninas por ter ajudado a família das vítimas. O pai de uma das meninas trabalhava de pedreiro na casa do acusado e a esposa de Gustavo já tinha morado na casa de uma das crianças.

Descoberta e prisão - O crime só veio à tona nesta terça-feira (6), quando Gustavo foi buscar uma das meninas de 12 anos na escola. A garota já estava na garupa da motocicleta do acusado quando a mãe começou a ligar e mandar mensagens. Com isso, ele levou a menina de volta para a escola.

A mãe desconfiou e pressionou a filha para que contasse o que havia acontecido. Junto com a mãe da criança estava a mãe da menina de 10 anos, que ao ouvir o relato sobre os abusos disse que também já desconfiava de Gustavo.

A Polícia foi acionada e Gustavo foi preso na quarta-feira (7), quando estava em um posto de combustível no bairro. O delegado ressalta que a família e vizinhos ficaram revoltadas com o caso, querendo fazer justiça com as próprias mãos. Por isso, a prisão temporária do acusado já foi decretada.

De acordo com o delegado, Gustavo chegou a afirmar em depoimento informal que manteve relações sexuais com a menina de 12 anos, mas justificou a ação dizendo que a garota não mais virgem.

“Ele deve desconhecer totalmente a lei, porque o fato da crianças ser o não virgem não ameniza o crime de estupro a vulnerável”, frisa o delegado.

Ele foi indiciado por estupro de vulnerável – menor de 14 anos – as quatro meninas. O caso será investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde ele permanecerá preso até decisão judicial.

As meninas foram submetidas a corpo de delito, mas ainda devem passar por psicólogos e outros exames para averiguar a presença de esperma. A perícia constatou que a menina de 12 anos, que manteve relação sexual, tem o hímen complacente, o que segundo o delegado, possibilita que a garota tenha praticado sexo anteriormente, mas já tenha se reconstituído.

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