A defesa do ex-prefeito de Campo Grande e pré-candidato ao Governo do Estado, Marquinhos Trad (PSD), disse que solicitará à polícia que sejam apuradas as afirmações realizadas contra o político. Ele é acusado de supostos atos de assedio sexual quando comandava a Capital.
Na manhã desta terça-feira (26/7), as advogadas Andrea Flores e Rejane Alves de Arruda, concederam coletiva relatando as medidas que serão tomadas ao longo do processo.
“Vamos solicitar abertura de inquérito para investigar denunciação caluniosa e já temos a autoria dela. Inquérito para apurar violação de segredo. Precisamos deixar muito claro que Marquinhos [Trad, pré-candidato ao Governo] nos procurou depois que já havia sido vinculado trechos destas moças procurando autoridade policial. Um inquérito por crime de abuso de autoridade, tudo já formalizado. Vamos provar que houve crime sim, mas não foi Marquinhos quem praticou, mas estas pessoas que estão fazendo armação e são ligadas a candidato opositor”, declarou Andrea.
A defesa também afirma que as pessoas têm sido aliciadas a receber dinheiro para contar ‘histórias fraudulentas’.
“Pessoas estão sendo aliciadas, recebendo dinheiro para chegar em autoridades e contar mentiras, histórias fraudulentas, para formar um inquérito contaminado de mentiras”, afirmou Rejane Alves.
De acordo com as advogadas, existem provas que confirmam uma suposta armação nos depoimentos, incluindo comprovantes de transferência bancária e propostas financeiras em troca de fotos ou vídeos. Também alegam existir nomes de pessoas que estão encabeçando a armação, anexados ao inquérito.
A defesa disse que há dois contextos e que devem levar ao desmembramento do inquérito.
Um tem relação com uma suposta viagem relatada em depoimento que, segundo as advogadas, sequer teve participação de Marquinhos, e um segundo, que envolve relação do pré-candidato com duas mulheres. “Uma delas, diz não conhece-lo pessoalmente e outra negou que teve relação sexual”, finaliza.
Investigação
Também em coletiva na manhã desta terça-feira na DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil), em Campo Grande, a delegada responsável pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Maíra Pacheco, disse que o inquérito policial sobre suposto assédio sexual envolvendo o nome do ex-prefeito e pré-candidato ao Governo, Marquinhos Trad (PSD), deve ficar pronto em 30 dias.
Durante questionamentos nesta manhã, a Maíra relatou que mais mulheres realizaram denúncias contra Trad, porém, não citou a quantidade. O processo ainda está em fase de oitivas.
As denúncias
As primeiras denúncias chegaram até a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul através de mulheres que afirmaram ter sofrido assédio sexual por parte do então prefeito Marquinhos Trad (PSD).
Nos depoimentos delas, segundo noticiado pelo portal Metrópoles, relataram passar por dificuldades financeiras e foram atraídas ao gabinete do chefe do Executivo com a promessa de saírem de lá empregadas.
Porém, no local eram cortejadas pelo prefeito, “que fazia truques de mágica com baralho e, depois, manifestava o desejo por sexo”, relata trecho do material divulgado pelo portal.
Duas das denunciantes afirmam ter mantido relações sexuais consentidas dentro do gabinete durante algum tempo. A outra, alegou ter sido levada por Trad ao banheiro do gabinete e se recusou.
Uma quarta mulher também prestou depoimento confirmando o relato de duas testemunhas, mesmo sem estar com o ex-prefeito pessoalmente.
Após os relatos iniciais, outras cinco mulheres procuraram a delegacia relatando vítimas do assédio por parte de Marquinhos Trad.