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Para cientista político da FGV, maioria da presidenta é mais confortável que a de seu antecessor. Mas heterogeneidade dos partidos que a apoiam dificulta definição da pauta e a faz enfrentar instabilidade maior que Fernando Henrique.

Para cientista político da FGV, maioria da presidenta é mais confortável que a de seu antecessor. Mas heterogeneidade dos partidos que a apoiam dificulta definição da pauta e a faz enfrentar instabilidade maior que Fernando Henrique.

03 dezembro 2011 - 08h00
Congresso em foco




Melhor que o petista Lula, pior que o tucano Fernando Henrique Cardoso. Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) Márcio Grijó Vilarouca, assim pode ser resumida a situação da presidenta Dilma Rousseff (PT) em relação à sua base governista. Na avaliação do cientista político, o grande número de partidos com perfis distintos que integram o bloco de sustentação da presidenta no Congresso garante a ela, por um lado, folgada maioria. Mas, por outro, dificulta a definição de uma pauta pelo Executivo.

“Comparativamente, a situação da Dilma é melhor que a coalizão do governo Lula, que não tinha maioria no Senado. Mas é pior que a do Fernando Henrique, que tinha uma coalizão mais enxuta, de centro-direita. Com Dilma, são dez partidos heterogêneos, com um elevado número de atores para a coalizão. Não é simples levar adiante uma agenda de governo. É um problema satisfazer a diversidade de partidos de espectros ideológicos diferentes”, observa.

Em seus dois governos, Fernando Henrique Cardoso teve o apoio do PSDB, do PFL (atual DEM), do PTB, do PPB (atual PP) e de parte do PMDB, partidos que lhe garantiram maioria nas duas Casas legislativas. Com um leque maior de legendas em torno de si, Lula manteve-se com folga na Câmara, mas enfrentou ferrenha oposição no Senado ao longo de seus oito anos de governo. Um problema que não existe para Dilma, com sua ampla maioria entre deputados e senadores.

Márcio Vilarouca analisou os dados levantados pelo Instituto Análise, em pesquisa encomendada para a Revista Congresso em Foco, publicada por este site. Na visão dele, as respostas dadas pelos 150 parlamentares entrevistados revelam um Congresso bastante fragmentado e ciente de seu pouco poder decisório.

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