O córrego Paragem está virando um esgoto a céu aberto. A afirmação é do arquiteto e urbanista Luiz Carlos Ribeiro que também é presidente da sociedade de Defesa Ambiental (Salvar).
A afirmação tem como base o fato de que, depois de ser poluído por uma substância escura e fétida, o córrego está tomado por espuma na região do Jardim Água Boa. O mau cheiro incomoda os moradores.
De acordo o urbanista, o Paragem está morrendo e para reverter o quadro é necessário maior rigor nas fiscalizações, para tentar recuperar os danos causados. Ribeiro, que já realizou trabalhos no córrego, afirma que a contaminação vem de ligações clandestinas nas redes de águas pluviais e que acabam atingindo diretamente as águas, ameaçando toda a biodiversidade.
“O meio ambiente não vem sendo levado a sério pelo poder público. Prova disso é que as empresas poluidoras continuam a derramar esgoto e óleo à vontade no córrego sem que haja nenhuma providência”, destaca.
MP
O Ministério Público Estadual ingressou com uma ação civil pública denunciando vazamentos de esgoto no córrego. A denúncia tem base em relatórios que constataram a poluição.
A ação, protocolada no ano passado, teve o pedido de liminar indeferido pelo juiz Jonas Hass Silva Júnior. A liminar obrigava a empresa responsável pelo saneamento interromper eventuais vazamentos.
Na ação, a Promotoria de Meio Ambiente afirma que o tratamento dado ao esgoto final, que é lançado diretamente nos córregos, estaria sendo ineficiente e, por isso, vem causando a degradação ambiental.
A denúncia do MP é baseada em relatórios técnicos que mostram que as estações de tratamento de esgoto Água Boa, Guaxinim e Água Doce, não estariam contemplando os parâmetros estabelecidos pela resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Conforme as análises, os três mananciais contêm elevados índices de coliformes totais e fecais. Foram detectados ainda turbidez, óleos e graxas nos efluentes. Depois de ter a liminar indeferida pelo Judiciário, o Ministério Público ingressou com um agravo em fevereiro deste ano. A medida tem como finalidade exigir medidas urgentes para se conter os vazamentos.
PREFEITURA
A Secretaria de Meio Ambiente de Dourados informou que assim que soube da poluição, por meio do Jornal, encaminhou uma equipe de fiscalização para analisar a água. Foram constatadas substâncias em três colorações que passarão por análise química. Os resultados serão repassados à Promotoria de Meio Ambiente de Dourados, contribuindo com a ação protocolada no Judiciário.