A menina de 17 anos que teria sido seqüestrada por João Samuel Cáceres, de 39 anos, disse que namora o homem há seis meses e que está grávida dele ao delegado Fernando Nogueira, do 5° DP, responsável pela investigação do caso.
Em depoimento, a mãe alegou que ela era “uma menina religiosa, caseira e que não tinha namorado”, mas na tarde desta quinta-feira (3), a versão dela mudou. “Eu não sabia mesmo que ela namorava, mas ela está muito estranha, acho que está usando drogas como este rapaz deve usar”, disse a comerciante Maria José dos Santos.
O delegado Fernando Nogueira relatou que ela teria ido morar com o rapaz de livre e espontânea vontade. “Ela nos contou que namora com João Samuel há seis meses e que o conheceu por meio de uma amiga. Desde então quer ir morar com ele e fugiu de casa, sabendo que a mãe não ia consentir”.
Três endereços em 15 dias
Para defender o amásio, a adolescente teria aceitado mudar três vezes de endereço nesses 15 dias de desaparecimento.
“Ela contou que morou no Santo Amaro, perto de Aquidauana e no Assentamento Eldorado, ficando pouco tempo em cada lugar porque sabia que ele era procurado”, disse o delegado.
A menina chegou a enviar mensagens de números diferentes para a mãe para dizer que estava bem, feliz e que não voltaria para casa.
Por amor
Ao sair da delegacia, depois de duas horas prestando depoimentos, a adolescente se recusou a esconder o rosto para as câmeras e disse que fez tudo isso por “falta de atenção da mãe”.
“Ela sempre gostou mais da minha outra irmã, nunca me deu atenção”, disse a menina, alterada. Para a mãe, tudo é novidade nesta história em que somente ela não sabia da verdade.
“Isso tudo é mentira, mês passado ela menstruou, duvido que esteja grávida e duvido que ela esteja com ele há seis meses. Como eu não sabia de nada?”, questionou.
Agora, tudo o que a menina quer é voltar para a casa do acusado. “Eu amo ele, quero ficar com ele, quero morar com ele. Me deixem em paz”, declarou.
Crime
A adolescente foi encontrada na Praça Ari Coelho, em Campo Grande, após a cunhada ligar para a investigadora Maria Campos e dizer que a menina poderia ser encontrada ali.
Os familiares disseram que João Samuel Cáceres tem emprego fixo e que hoje está trabalhando. Amanhã ele deve se apresentar à delegacia.
O delegado disse que o rapaz pode ser indiciado por corrupção de menor se ele induziu a adolescente a cometer algum crime. Não há indiciamento de estupro por enquanto, já que a jovem alegou que as relações sexuais foram todas consentidas, que ele a trata muito bem e que nunca praticou nenhuma violência contra ela.