PONTA PORÃ

Conheça os principais campeonatos e pilotos do automobilismo brasileiro

Veja a história e curiosidades do esporte no Brasil e quais são as categorias atuais com participação de brasileiros

2 MAI 2019 • POR Da Redação • 13h53

Era domingo e os brasileiros colocavam o despertador para tocar cedo. O objetivo era acompanhar as corridas de Fórmula 1 que passavam na TV pelas manhãs. Nomes nacionais como Ayrton Senna e Nelson Piquet figurando entre os melhores do mundo dava gosto de acompanhar o esporte. E não foi por menos que o gosto pelas corridas cresce tanto nesse período. Juntos os dois pilotos conquistaram juntos 6 títulos (3 cada) de campeões da Fórmula 1. Depois de termos grandes pilotos, principalmente na Fórmula 1 e Fórmula Indy, o automobilismo no Brasil vem passando por um momento de falta de ídolos no esporte.

Os grandes eventos automobilísticos no Brasil tiveram início com a inauguração do Circuito da Gávea, no Rio de Janeiro, em 1933. Completando 12 quilômetros e mais de 50 curvas, em velocidades que atingiam 300 km/h, o trajeto acontecia nas próprias ruas da região, subia morros, passava por locais arriscados, até voltar para o Leblon onde era o ponto de partida. Imagine todo este percurso sendo feito a bordo de carros com a segurança daquela época, passando por precipícios rente ao mar. 

O público acompanhava a corrida nas calçadas. Com o passar do tempo, as provas começaram a atrair outros importantes pilotos europeus. Por volta de 1937, as competições atraiu ainda mais espectadores para assistirem grandes nomes do automobilismo, como o italiano Carlo Pintacuda e o alemão Hans Stuck.

O grande marco veio em 1948, quando o país participou do Grande Prêmio de Bari e o brasileiro Chico Landi se transformou em uma lenda ao vencer a competição de forma espetacular. Entre os anos 50 e 70, outros pilotos como Hermano Silva Ramos, Gino Bianco, Fritz D’Orey e Emerson Fittipaldi (bicampeão de F-1), disputavam torneios. No entanto, com cortes de patrocínio, os brasileiros tiveram poucas condições de vencer. Nos anos 80 e começo de 90, o Brasil teve nomes como Nelson Piquet e Ayrton Senna, tornando-se um período de alta popularização do esporte no País.

Com o desinteresse dos mais velhos pelo automobilismo após o falecimento de Ayrton Senna em 1994, que este ano completa 25 anos, os mais jovens já não acompanham o esporte como antes a ponto, inclusive, de ter cada vez menos espaço na TV e nos espaços midiáticos de maneira geral.

Contudo, mesmo não tendo nomes como Ayrton Senna, o automobilismo no Brasil ainda possui visibilidade em categorias como Fórmula Truck, Stock Car e Rally dos Sertões. Segundo o IBOPE Repucom, o País possui mais de 14 milhões pessoas consideradas ‘superfãs’ pelo esporte.

Categorias de automobilismo no Brasil

Fórmula Truck – A competição nacional foi criada em 1987 com o nome de Copa Brasil de Caminhões. Após a homologação da Confederação Brasileira de Automobilismo, a modalidade mudou de nome passando a se chamar Fórmula Truck, que como o nome sugere , é disputada por caminhões. Os autódromos de Cascavel, Tarumã, Interlagos, Goiânia e Londrina são onde acontecem as provas mais importantes. Os nomes de mais destaque são Felipe Giaffone, Leandro Totti e Wellington Cirino.

Stock Car – A Stock Car é considerada uma das categorias mais tradicionais e com maior cobertura comercial e jornalística. Os carros são muito parecidos com veículos de passeio, em referência à histórica da competição em 1979. Os principais pilotos da Stock Car, atualmente, são Ingo Hoffman e Cacá Bueno.

A Stock Car ainda possui como categoria de acesso, o Campeonato Brasileiro de Turismo, e a prova Corrida do Milhão, que acontece anualmente e premia o grande vencedor com R$ 1 milhão.

Rally dos Sertões - Etapa do Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country e do Mundial Cross Country, o Rally dos Sertões tem como pano de fundo trilhas, estradas de terra e um trajeto de quase 5.000 km.

Categorias extintas no automobilismo nacional e internacional

Grupo B do WRC - Entre 1982 e 1986, o Grupo B foi a principal categoria do World Rally Car. Segundo o regulamento do Grupo B, as fabricantes poderiam fazer praticamente qualquer coisa com os carros, com a condição de fabricarem 5.000 unidades de automóveis de rua anualmente. Com isso, foram produzidos à época modelos icônicos a exemplo do Lancia Delta S4, do Audi Quattro S1 e do Peugeot 205 T16. A sequência de acidentes graves e fatais foi o que levou ao fim da categoria que, como era de costume, permitia que o público acompanhasse as corridas a poucos metros de distância.

Divisão 3 – Os grandes eventos tiveram nos anos 1930 seu auge, mas foi somente em 1971 que o esporte começou a se profissionalizar com a divisão em categorias. Com a novidade, carros de diferentes tipos passaram a concorrer em categorias distintas. Especificamente na Divisão 3 corriam os automóveis mais potentes e tunados.

Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos – Nesta competição nacional, disputavam carros mais próximos do dia a dia do público como Passat, Gol e Voyage, Fiat Uno, Corcel II e Chevette. Com incentivo dos fabricantes, o campeonato cresceu tanto que, no seu auge, chegou a atingir a marca de 40 carros no grid. O primeiro automóvel a ganhar o título foi um Fiat 147.

Grupo C do WEC – Carros com alta tecnologia e regras flexíveis, os campeonatos de endurance como o World Endurance Championship (WEC) e o World Sportscar Championship (WSC) constituíram as regras do Grupo C, que acontecia durante todo ano. Fazendo parte do Mundial de Endurance, a corrida Le Mans, do Grupo C, era o mais expressivo com carros que atingiam quase 400 km/h.