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DOURADOS

Com apoio de professores, estudantes marcham até UFGD e ocupam reitoria

14 junho 2019 - 20h00Por Campo Grande News

Apoiados por professores, sindicalistas e trabalhadores rurais do MST que participam da greve geral desta sexta-feira (14), estudantes da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) ocuparam há pouco o prédio da reitoria da instituição, na Rua João Rosa Góes, na Vila Progresso. A entrada foi pacífica e os manifestantes vão almoçar no local.

O ato é em protesto à decisão do ministro da Educação Abraham Weintraub, que no dia 10 deste mês nomeou a pedagoga Mirlene Ferreira Macedo Damázio como reitora temporária da UFGD. O MEC ignorou a lista tríplice elaborada após consulta prévia à comunidade universitária. Para os estudantes, a medida representa intervenção na autonomia da universidade.

Segundo os estudantes, o acampamento no prédio da reitoria dura apenas algumas horas, já que às 14h os acadêmicos participam da passeata do dia de greve. A concentração será em frente à sede do INSS, na Avenida Weimar Gonçalves Torres, e de lá os manifestantes partem em direção à Praça Antônio João.

“Decisão autoritária” – Em reunião terça-feira (11), o DCE (Diretório Central dos Estudantes) decidiu em assembleia rejeitar a nomeação da professora Mirlene Damazio. Em nota oficial, o grupo classificou a medida como “decisão autoritária do Ministério da Educação” que não observou discussões da internas.

A AdulfDourados (Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados) também repudiou o que chamou de “nomeação de interventor na UFGD”. Para a entidade, a nomeação de Mirlene Damazio “se fez ao arrepio da legalidade de todo o processo da consulta prévia e da indicação da lista tríplice encaminhada ao MEC e não respeitada pelo mesmo”.

Ao nomear Mirlene Damázio, o governo Bolsonaro ignorou a lista tríplice formada pelos professores Etienne Biasotto, Jones Dari Goettert e Antônio Dari Ramos. A lista foi envida em março pela UFGD, mas devolvida em seguida pelo Ministério da Educação, que apontou irregularidade na escolha dos nomes.

No mês passado, a Justiça Federal chegou a suspender a lista tríplice a pedido do MPF (Ministério Público Federal), mas duas semanas depois revogou a medida.

Para o DCE, a nomeação da reitora pro tempore foi feita “da pior forma possível”, via portaria do Ministério da Educação. “A professora nomeada não participou da consulta prévia, não está na lista tríplice e ainda mais, apoiou publicamente uma das chapas candidatas na consulta prévia, a Chapa 2 (UFGD em Ação) que terminou o pleito em último lugar com 18% dos votos”, afirma o DCE.

“É desonesta a postura de setores, inclusive de dentro da universidade, que por seus interesses particulares e políticos, espalham ‘fake news’ e tentam deslegitimar a escolha feita pela comunidade acadêmica”, diz o diretório.

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