sexta, 26 de abril de 2024
Política

Empresários protestam contra impostos de Azambuja

03 novembro 2015 - 12h43Por Fonte: reporterms
A pressão do setor empresarial e do comércio varejista de Mato Grosso do Sul tem novo capítulo nesta terça-feira (3). Dezenas de representantes lotam o plenário da Assembleia com objetivo de pressionar deputados para a não aprovação de projeto de Reinaldo Azambuja (PSDB) que aumenta impostos.

Na última sexta-feira (30), os representantes do setor se reuniram para afinar o discurso para o protesto de hoje. Logo cedo, antes do início da sessão que começaria às 9 horas, mas ainda não teve inicio, os empresários já se aglomeravam em frente à Assembleia com cartazes e discurso de revolta.

A intenção do grupo é evitar que os relatores da Comissão de Finanças e Orçamento, Renato Câmara (PMDB), e a de Turismo, Indústria e Comércio, Paulo Corrêa (PR), entreguem relatório que possibilita a tramitação de projetos que autorizam aumento no percentual pago do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o ICMS dos produtor superfluos.

Apesar da revolta dos empresários, o clima por enquanto é tranquilo na Assembleia. Com faixas e cartazes, os representantes criticam o projeto de Azambuja. “Aumento de ITCD é traição. Não esqueceremos”, afirma uma das faixas.

Advogado tributarista e integrante da direção da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Roberto Oshiro diz que negociações já foram feitas, mas o Governo não abriu mão do aumento.
“Temos outras opções de medidas que podem ser adotados pelo Governo como a redução de despesas de custeio e aumento do subteto do Simples para aumentar a competitividade e consequentemente a arrecadação”.
Para quem representa os atacadistas e distribuidores, Akito Ikeda, o impacto será imediato. A expectativa é que a queda no faturamento das empresas fique em torno de 10 a 15% se os impostos e em consequência o valor dos produtos aumentarem.

ENTENDA O ITCD

A sigla até então pouco conhecida de muita gente está presente na vida de todos. O ITCD é pago toda vez que um herdeiro receber um imóvel de valor superior a R$ 50 mil e precisar fazer a transferência do bem, o processo também faz parte dos inventários e deverá ser feito depois da morte do doador.
A revolta é que o valor que será pago pelos herdeiros será de 8% e muitas vezes esses recebem apenas os imóveis como herança e não têm condições de pagar os impostos.

Presidente do Sindicato de Habitação do Estado (Secovi), Marcos Augusto Neto, explica que muitas pessoas não estão atentas a esse aumento, mas que o valor deverá ser pago em um momento que as famílias estão fragilizadas.
“Haverá aumento de mais de 100% do tributo, atingindo, inclusive, beneficiários do Minha Casa, Minha Vida”, diz.

Levantamento feito recentemente pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revelam que 80% dos processos parados na Vara de Sucessões estão travados porque a família não tem recurso para pagar o imposto do inventário.
Marcos dá um exemplo. Se dono de uma propriedade rural de mil hectares no valor de R$ 10 milhões morre, os herdeiros pagarão R$ 800 mil em impostos, o que representa mil bezerras ou 12 mil sacos de soja.

“O grande problema é que o governo precisaria buscar outra alternativa ou criaria cemitério de inventários nas varas porque as famílias não terão condições de pagar. Isso causaria redução na arrecadação”.

Deixe seu Comentário

Leia Também

ECONOMIA

Cesta básica nacional terá 15 alimentos com imposto zerado

SAÚDE

SUS terá sala de acolhimento para mulheres vítimas de violência

ECONOMIA

Reforma propõe devolução de 50% em luz, água e gás a mais pobres

SAÚDE

Brasil tem quase 4 milhões de casos prováveis de dengue