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Capital

Revoltados com prisões, policiais protestam no Fórum

21 janeiro 2016 - 11h31Por Fonte: correiodoestado
Os três policiais militares presos na noite da terça-feira (19) pela Corregedoria da Polícia Militar suspeitos de agredir um adolescente de 15 anos durante abordagem terão audiência de custódia na manhã desta quinta-feira. Em apoio aos colegas, dezenas de policiais e até servidores da área de segurança protestam em frente ao Fórum de Campo Grande.

A reportagem falou com vários policiais e apesar de nenhum deles se identificar, todos são unânimes em condenar a atitude da Corregedoria da corporação, em deter policiais que, segundo os colegas, têm conduta exemplar.

Policial civil e irmão de Larissa Melgarejo Zapatta, policial que está entre os três presos, Felipe Zapatta afirma que toda a família está chocada e indignada com as prisões. Além de Larissa, estão presos Ivanderson Zanardi Aguirre e Ivan Luiz da Silva.

O policial conta que Larissa está na corporação desde outubro de 2008 e que nesse período recebeu 19 homenagens e congratulações e até a medalha Tiradentes, uma das maiores honrarias da corporação.
“O inquérito foi despachado por questão pessoal porque não há provas que apontem que a equipe teria agredido o adolescente”. Felipe ressalta, ainda, que a prisão dos três policiais foi decretada antes mesmo que as testemunhas de acusação e defesa fossem ouvidas.

Os policiais presos chegaram há pouco no Fórum da Capital, em viatura da PM, e foram aplaudidos pelos colegas que fazem ato de apoio.

O CASO

Segundo relato do pai da vítima, de 52 anos, o garoto foi levado para uma casa abandonada no bairro Silvia Regina, onde foi agredido com pedaço de madeira durante horas. A identificação dos militares não foi divulgada.

À reportagem do Portal Correio do Estado, o pai do garoto disse que por volta de 13h30min, o filho dele estava na garupa de motocicleta conduzida por um conhecido, quando receberam ordem de parada de policiais que passavam pela avenida Júlio de Castilhos.

O condutor da moto desobedeceu a ordem dos policiais, pediu para o adolescente descer e fugiu. O motivo da fuga, segundo o pai do garoto, era que o condutor da moto não tinha habilitação e o documento do veículo estava atrasado.

Segundo o relato, quando os policiais viram o adolescente, ordenaram que ele entrasse na viatura e o levaram para uma casa abandonada, onde deram início a uma sessão de tortura. "Eles queriam que ele contasse o endereço do rapaz, mas ele não sabia e deu o endereço da minha casa. Eu nem sabia que ele estava com policiais".

Quando os policiais chegaram na casa, o garoto estava na viatura e teria gritado por socorro. Os PMs deixaram o local, mas o pai do adolescente passou a perseguir a viatura. Ele anotou o número do veículo e acionou o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), onde foi informado de que não haviam registrado nenhuma ocorrência contra o o filho dele.

"Meu filho foi agredido com pedaço de pau. Se ele tivesse feito algo, deveriam ter levado para uma delegacia especializada. Trataram menor como bandido", declarou o pai.
O garoto foi deixado pelos policiais no bairro José Abrão e teve de voltar para a casa a pé, porque, segundo o pai, o chip do celular dele foi quebrado pelos policiais. O adolescente tinha sido apreendido pela polícia e investigado em outras duas ocasiões.

Para associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (ACS) a prisão dos policiais foi injusta em razão de suposta falta de provas nos depoimentos.
"Até que se prove o contrário, as prisões são desestímulo aos policiais que querem trabalhar de verdade", disse o presidente da ACS, Edmar Soares da Silva.

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