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96% rejeitam criação de novo imposto para saúde, aponta CNI

96% rejeitam criação de novo imposto para saúde, aponta CNI

12 janeiro 2012 - 13h34Por Folha
A maioria da população é contra a criação de novos impostos para melhorar a saúde no Brasil. Segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada ontem (12), 96% dos entrevistados não querem um novo imposto para a área, apesar de 95% afirmarem acreditar que o setor precisa de investimentos.

As informações são da pesquisa "Retratos da Sociedade Brasileira: Saúde Pública" e mostram ainda que 61% dos entrevistados reprovam o sistema público de saúde brasileiro.

Para 82% dos entrevistados, o governo deve acabar com a corrupção para obter mais recursos para a área. Outra solução, defendida por 53% das pessoas, é a redução de desperdícios. Somente 18% da população diz acreditar que seja necessário transferir recursos de outras áreas para o setor.

De acordo com o estudo, o principal problema do sistema de saúde é a demora no atendimento, apontado por 55% dos entrevistados. Em seguida, está a falta de equipamentos e de unidades de saúde, indicado por 10% das pessoas; e a falta de médicos, indicado por 9% da população.

Segundo a pesquisa, esses problemas estão ligados, pois a demora no atendimento em hospitais e postos de saúde se deve, principalmente, à falta de equipamentos e de médicos. "Para a população, no entanto, é o resultado final --a demora para ser atendido-- que aparece como o principal problema", explica o estudo.

Para melhorar a situação, 57% dos entrevistados dizem que é preciso aumentar o número de médicos. Outros 54% afirmam que o governo deve equipar melhor os hospitais públicos e os postos de saúde. A terceira ação, assinalada por 30% dos pesquisados, é o aumento de salário para os médicos.

DESAFIOS

A população diz acreditar ainda que a saúde não apresentou melhora nos últimos três anos, segundo 85%. Para 43% dos entrevistados, houve piora na saúde pública no período.

O estudo da CNI aponta também que, nos últimos 12 meses, dos entrevistados que fizeram algum tratamento de saúde, 79% usaram a rede pública. O serviço público recebeu de seus usuários nota média de 5,7, em uma escala de 0 a 10. Conforme a pesquisa, quanto maior a nota, melhor o serviço.

Na outra ponta, os hospitais particulares receberam nota média de 8,1 de seus usuários.

Os hospitais públicos são os principais fornecedores de serviços de saúde para 68% da população, enquanto a rede privada é usada de forma exclusiva por apenas 10% dos brasileiros.

Segundo o levantamento, a procura por hospitais e clínicas particulares está diretamente relacionada à propriedade de um plano de saúde. Entre os entrevistados que usam somente o serviço privado, 91% têm plano de saúde. Entre os que utilizam apenas a rede pública de saúde, só 1% têm plano de saúde.

O estudo revela ainda que 95% dos entrevistados concordam com a oferta gratuita de serviços de saúde. Mesmo assim, 68% consideram injusto todos pagarem pelo sistema independentemente do uso da rede pública de saúde.

A pesquisa foi feita pela CNI em parceria com o Ibope. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 16 e 20 de setembro de 2011.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, e o grau de confiança é de 95%.

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