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Construção Civil aos poucos abandona a madeira

05 outubro 2011 - 15h40

Construção Civil aos poucos abandona a madeira

Caaraponews

Devido à alta dos preços e a escassez da madeira de qualidade, aos poucos a construção civil começa a buscar novas alternativas, e a madeira vai sendo paulatinamente substituída pelo ferro nas construções. Em Caarapó, por exemplo, a cada dez construções de médio a grande porte em andamento, sete delas o projeto prevê a cobertura com estrutura metálica.

Quem apostou no novo sistema defende: “Nós fizemos o levantamento de custos e viabilidade e constatamos que o ferro era e é o melhor negócio, a segurança, acabamento e o preço, são uns dos fatores que nos fez optar pela estrutura metálica”, defendeu Laércio Cordeiro da Rocha que recentemente construiu sua casa.

O arquiteto Wagner Batista afirmou que a tendência, ao logo dos anos, é que a madeira seja plenamente substituída pelo ferro, uma vez que está cada vez mais difícil encontrar madeira de qualidade na região.


“Existe uma convergência cada vez mais para o uso do metal, uma tecnologia mais avançada que começou a ser implantada devido a dificuldades de se encontrar madeira de lei na região, e quando encontramos é que veio de outros estados inclusive do Paraguai, o que às vezes fica inviável devido o custo” explicou o arquiteto.

Para quem tem dúvidas, o arquiteto José Roberto de Sena também argumenta que esta nova tecnologia, além de possibilitar uma redução significativa de custo na construção, oferece os mesmos resultados no acabamento. “São inúmeras as vantagens: o serviço é mais rápido, seguro, não precisa de manutenção, é resistente ao sol e umidade, possibilita um acabamento melhor, o desperdício de material é mínimo, e o custo pode ser reduzido em até a 25% em relação à madeira”.

Com isso, os serviços de cobertura em madeira antes feitos a martelo e serrote por carpinteiros, tiveram de ser transferidos aos serralheiros, que agora usam solda e policortes. Um desafio, pois antes trabalhavam apenas com portões, grades e estruturas de barracões, como é o caso de Paulo Delfim. “Tivemos que nos especializar e aproveitar essa oportunidade, foi-se a era da madeira, agora é do ferro” disse.


A reportagem do CaarapoNews visitou o Loteamento Capitão Vigário em Caarapó, e constatou que a maioria das casas construídas no local já aderiram ao ferro como alternativa na cobertura. “Só por uma construtora estão sendo construídas 46 casas, financiadas pela Caixa Econômica Federal, e de baixo custo - porque além de serem pré-fabricadas, tem as estruturas de cobertura toda em ferro” disse Cido Reis, corretor de imóveis.

Mas há quem aposte que a madeira jamais sairá do cenário da construção. Uma alternativa que tem se buscado atualmente é o plantio do eucalipto. Quem cultiva aposta que algumas espécies tratadas podem substituir as madeiras de lei, as nobres. Para quem pensa em construir e não tem condições investir em estruturas metálicas terá esta opção que é mais em conta. “Se a madeira apodrece o ferro enferruja, é só cuidar, afinal de contas nada é pra toda vida, e o eucalipto bem tratado é compatível com qualquer madeira e de baixo custo” defendeu Luiz Carlos Henrique, cultivador de eucalipto.

Segundo explicou Carlos Alberto Salgueiro da Cunha Rocha, especialista em plantas exóticas e palestrante do SENAR/MS, atualmente existem cerca de 700 espécies de eucaliptos cultivados em todo o mundo. No Brasil, o clima é apropriado para pelo menos 30 delas, todas de origem australiana. “Entre estas espécies, somente 12 delas é a mais cultivada na região centro-oeste, para a queima, cenário, celulose e principalmente para construções” disse.

Uma dica do arquiteto Wagner Batista para quem pensa em construir o correto é fazer a cotação dos preços da madeira e do ferro e a sua mão de obra

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